TEMPERATURA

Nesta quinta-feira (22), um estudo científico publicado na revista cientifica Lancet revelou que as ondas de calor na Europa vão fazer disparar o número de mortes associadas às altas temperaturas.
 
Até o final do século, o estudo aponta que as mortes relacionadas com o tempo quente aumentem mais do que o dobro do que acontece atualmente.
 
“As ondas de calor vão ser cada vez mais frequentes na Europa, durante as próximas décadas, com graves consequências para a saúde humana”, afirma o documento divulgado.

 Em 2024, diversas regiões sofreram com o clima extremo, seja pelo calor excessivo ou pela umidade desproporcional. Somente no continente europeu, a temperatura atingiu 1,57°C acima da média de 1991 a 2020. Também, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, o mês de junho este ano alcançou temperaturas recordes, sendo considerado o junho mais quente já registrado, um alerta sobre o aquecimento global.
 
No mais recente relatório sobre o Estado do Clima na Europa, divulgado pelo Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial, apresentou que nos últimos 20 anos as mortes relacionadas ao calor na região aumentaram em cerca de 30%. A alta foi observada em 94% das áreas monitoradas. As temperaturas na Europa ficaram acima da média em 11 meses do ano, incluindo o setembro mais quente já notificado. “O ano passado registrou um número recorde de dias com estresse por calor extremo. Além disso, há uma tendência de aumento no número de dias com pelo menos forte estresse por calor em toda a região”, diz o relatório.
 
Já o fenômeno La Niña, que tradicionalmente traz um resfriamento, não impediu que as temperaturas do ar sobre os oceanos ficassem altas. A temperatura média diária da superfície do mar Mediterrâneo em 2024, por exemplo, chegou praticamente a 29º graus, sendo a mais alta de que se tem registro. Segundo o Instituto de Ciências Marinhas de Espanha, o recorde anterior foi de 28,71ºC, registrado em julho de 2022. Indicativos de alterações significativas em seus padrões térmicos, que ainda acarreta o potencial crescimento para eventos extremos como furacões e tempestades intensas.
 
Por outro lado, o estudo da Lancet assinala que as mortes ao frio podem diminuir devido à elevação das temperaturas.