Fotos circularam nas redes sociais de cartazes com frases preconceituosas, como uma placa falando em atirar pedras em "zucas"

 

Estudantes brasileiros da Faculdade de Direito de Lisboa (FDUL), em Portugal, relatam estar passando por casos de xenofobia no campus. Na segunda-feira (29), fotos começaram a circular nas redes sociais de cartazes com frases preconceituosas, denunciando o caso.

Nas imagens, aparece uma caixa contendo pedras, colocada em meio aos corredores da instituição, e com placas indicando que seria uma "loja de souvenirs" gratuita para aqueles que atirassem as pedras em "um zuca", referindo-se aos brasileiros.

Os portugueses responsáveis pelas ações teriam sido motivados pelo fato de um grande número de brasileiros terem sidos aprovados no processo seletivo do mestrado, e também pelo fato da seleção ter sido aberta apenas depois para alunos de licenciatura da instituição.

Pronunciamentos oficiais

Em nota, o Núcleo de Estudo Luso-Brasileiro (NELB) afirmou que "repudia as manifestações xenófobas realizadas com os estudantes brasileiros na FDUL e que atinge toda a comunidade brasileira".

No comunicado, o NELB informa que procurou a direção da faculdade que, por sua vez, foi ao local e promoveu a retirada do material do saguão de entrada. "O Reitor da Universidade de Lisboa tratou como inadmissível o fato ocorrido e garantiu a abertura e o avanço do processo disciplinar que será acompanhado atentamento pelo NELB", diz o comunicado.

Confira a nota na íntegra.

Também na segunda-feira, a própria Faculdade de Direito se pronunciou alegando que o caso na verdade seria fruto das tensões geradas pela aproximação das eleições no local.

"A nossa Faculdade orgulha-se de ser um espaço de liberdade de opinião e de incentivo à participação cívica responsável, convivendo com a autocrítica, o humor e a sátira. A Direção da Faculdade reafirma estes valores os quais devem coadunar-se com o respeito por todos os alunos, como como a respectiva diversidade cultural, étnica ou de proveniência, e pela consequente ausência de ações suscetíveis de serem ofensivas ou impróprias. Razão pela qual, mesmo em campanha eleitoral para os órgãos associativos dos estudantes, não serão toleradas quaisquer ações ofensivas relativamente a alunos da Faculdade", afirmou em nota.