CLIMA

O Instituto de Potsdam para a Pesquisa sobre o Impacto das Alterações Climáticas, na Alemanha, publicou um relatório hoje que afirma que diminuição do degelo da superfície da Antártida ainda não é irremediável, mas pode ser em breve e está acelerando profundamente o aquecimento global.

Segundo o documento, os números são alarmantes para a maior superfície gelada do planeta, com recordes de temperatura registrados nos quatro cantos do mundo e a perda de 2,7 milhões de quilômetros quadrados de gelo marinho no continente da Antártida, em comparação com as estimativas dos peritos para esta época do ano. O British Antartic Survey atesta que esses dados correspondem a mais ou menos o mesmo que dez vezes a área do Reino Unido. “É uma enorme anomalia negativa no gelo marinho, que nunca tínhamos visto a esta escala no período que monitorizamos nos últimos 45 anos.", diz Norman Ratcliffe, pesquisador da entidade britânica.

A perda drástica na superfície gelada também esta afetando a reprodução das espécies locais, como o pinguim imperador. O relatório diz que a situação ainda não é irreversível, mas que pode atingir o ponto de não retorno mais cedo do que o esperado. “O colapso da Antártida pode ser lento, mas com efeitos severos na subida do nível médio das águas no planeta e o processo será certamente acelerado com um aquecimento global mais intenso no futuro”, aponta.

"A menos que queiramos assistir a muito mais destas coisas no futuro, temos mesmo de avançar com a descarbonização. Isso não vai resolver o problema, mas haverá uma adaptação que é absolutamente necessária.", diz o cientista polar Martin Siegert.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também divulgou essa semana  um relatório onde defende uma abordagem conjunta no combate à poluição atmosférica. “As alterações climáticas estão provocando cada vez mais ondas de calor, piorando a qualidade do ar e a aumentando a poluição”, relatou. 

A OMM destacou que a fumaça dos incêndios tem graves consequências para a saúde humana, dos ecossistemas e das culturas e que a onda de calor causou mais poluição pelo ozônio. No entanto, de acordo com a entidade, os parques e as árvores podem atenuar essas concentrações de calor urbanas.