Com decisão, político só poderá ser reeleito uma vez no país. Votação deve impedir ex-presidente Rafael Correa de voltar a concorrer em 2021.

Por G1

O Equador decidiu pelo fim da reeleição no referendo convocado pelo presidente Lenín Moreno neste domingo (4). Com 98,4% das urnas apuradas, 64,32% dos eleitores votaram pelo 'sim' na pergunta que pede o fim da reeleição indefinida, ou seja, o político só possa ser reeleito uma vez. A decisão deve impedir o ex-presidente Rafael Correa de voltar a concorrer nas eleições de 2021.

Até então, as perguntas que vinham obtendo mais apoio eram as que definiam o banimento da vida pública de políticos corruptos (73,91%), a que pedia a não prescrição de delitos sexuais contra menores (73,72%) e a que defendia a limitação do uso de terras para a mineração que afetem o ambiente (68,79%). (Veja todas as perguntas abaixo)

O nível de participação foi de 74% dos mais de 13 milhões de cidadãos. A votação ocorreu entre as 7h e as 17h locais (10h e 20h, pelo horário de Brasília) com normalidade, segundo o CNE.

Actualización 06:54 |
REFERÉNDUM
Pregunta 1í:73.91%-No:26.09%
Pregunta 2í:64.33-No:35.67%
Pregunta 3í:63.16%-No:36.84%
Pregunta 4í:73.73%-No:26.27%
Pregunta 5í:68.79%-No:31.21%
CONSULTA POPULAR
Pregunta 5í:63.2%-No:36.8%
Pregunta 6í:67.45%-No:32.55%

No total, os eleitores responderam a 7 perguntas: 5 delas via referendo, que implicam mudanças na Constituição, e 2 via consulta popular, para derrubar, ou para reformar leis menores.

Veja os temas:

  • inabilitação política para os condenados por corrupção
  • fim da reeleição de autoridades eleitas
  • reestruturação do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social
  • proibição da prescrição de delitos sexuais contra crianças e adolescentes
  • proibição da mineração metálica em áreas protegidas e centro urbanos
  • revogação da lei para evitar a especulação imobiliária
  • redução da área de exploração petroleira no Parque Nacional Yasuní

O presidente Lenín Moreno comemorou o resultado em sua página no Twitter. Segundo ele, a vitória do 'sim' foi a vitória do país. "Hoje a democracia triunfou de maneira contundente com o 'sim'. Hoje, todos nós manifestamos de maneira clara e contundente, livre e democraticamente, sobre o futuro que queremos para nossos filhos", postou.

Dia de votação

O presidente Lenín Moreno votou pela manhã. Ele afirmou que a consulta popular tinha "importância transcedental" para o país, porque "não vamos mais deixar que os corruptos se burlem de nós e vamos proteger nossas florestas, nossos recursos".

No fim da tarde, Moreno se reuniu no Palácio de Carondelet, sede da Presidência, com seus ministros, para acompanhar o resultado.

Já Rafael Correa não pôde votar, uma vez que havia transferido seu título de eleitor para a Bélgica, onde tencionava passar a residir. Assim, compareceu a um centro eleitoral em Guayaquil para justificar sua ausência.

Ainda assim, passou a tarde entusiasmando eleitores do 'não' pelas redes sociais.

Em uma de suas postagens, afirmou: "queridos companheiros, independentemente dos resultados de hoje", já vencemos". A traição e a campanha mais desigual da história contemporânea fez com que déssemos o melhor de nós. Obrigada aos milhares de voluntários".

Membros da oposição também mostraram entusiasmo pela votação e apoio a Moreno. Foi o caso de seu rival nas últimas eleições, Guillermo Lasso, que fez campanha pelo “sim”. Após votar pela manhã, em Guayaquil, o ex-candidato afirmou: "Este é um dia para festejar de modo democrático. A partir de agora, Rafael Correa é parte do passado, e portanto todos os equatorianos devemos aplaudir com profunda emoção este dia em que damos um passo adiante em nossa democracia".