Enquanto o Brasil ainda aguarda resultados das vacinas de Oxford e da Sinovac, países da América Latina já começam a receber seus primeiros carregamentos ou até mesmo a imunizar grupos de risco contra o novo coronavírus.

A largada na vacinação em massa no subcontinente foi dada pelo México, que já tem mais de 1,35 milhão de casos e 120 mil mortes causadas pela Covid-19. Um dia após a chegada de 3 mil doses do imunizante da Biontech/Pfizer, a enfermeira Maria Irene Ramírez, de 59 anos, se tornou nesta quinta-feira (24) a primeira pessoa vacinada no país.

"É o melhor presente que eu poderia receber em 2020", disse Ramírez, acrescentando que o imunizante lhe dá mais "coragem para continuar a batalha contra esse inimigo invisível"
 
Já o Chile recebeu na manhã desta quinta sua primeira carga de vacinas da Biontech/Pfizer e começará a imunização nas próximas horas. Um avião comercial proveniente da Bélgica, onde a multinacional americana tem fábrica, desembarcou em Santiago com 10 mil doses.

"As vacinas são seguras, foram usadas nos Estados Unidos e na Europa", disse o presidente Sebastián Piñera no aeroporto da capital. Inicialmente, o Brasil havia descartado o imunizante da Biontech/Pfizer por causa da necessidade de conservá-lo em 70ºC abaixo de zero, mas depois recuou e abriu negociações com a multinacional americana.

O governo Bolsonaro firmou um memorando de entendimento com a Pfizer para comprar 70 milhões de doses, sendo quase 90% delas apenas para o segundo semestre de 2021, mas o contrato ainda não está fechado.


A Costa Rica, na América Central, também já recebeu doses do imunizante e inicia sua campanha de vacinação nesta véspera de Natal. "É uma notícia positiva para nosso país porque pode ser o começo do fim dessa pandemia", disse o presidente Carlos Alvarado.

Argentina

A Argentina também recebeu nesta quinta-feira seu primeiro carregamento, porém da vacina russa Sputnik V, com 300 mil doses transportadas por um avião da estatal Aerolíneas Argentinas.


O acordo entre Buenos Aires e Moscou garante o fornecimento de pelo menos 20 milhões de unidades até fevereiro, o que é suficiente para vacinar 10 milhões de pessoas, pouco mais de 20% da população nacional.

Brasil 

Enquanto os vizinhos avançam na luta contra a Covid-19, no Brasil, onde já morrerram quase 190 mil pessoas vítimas da Covid, a previsão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é que, na melhor das hipóteses, o começo da vacinação no país será no fim de janeiro. 

“Nós vamos vacinar nossa população como um todo. A previsão, como sempre, é no final de janeiro na melhor hipótese e indo até o meio ou final de fevereiro, na pior hipótese. Estamos caminhando forte para termos vacinas de várias matizes o mais rápido possível”, disse Pazuello nesta terça-feira (22), durante uma sessão da Comissão Externa da Câmara, que acompanha ações de enfrentamento à Covid-19.