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Os elefantes africanos evoluíram para deixar de desenvolver presas em uma área onde eram intensamente caçados por marfim, descobriu um estudo sobre as características e a genética desses animais em Moçambique. Os resultados, publicados na revista científica Science na sexta-feira (21), podem ter implicações para a recuperação das populações de elefantes no país africano.
O comércio de marfim foi usado para financiar a guerra civil em Moçambique do final dos anos 1970 ao início dos anos 1990. A caça furtiva fez com que a população de elefantes no país caísse em mais de 90%, de mais de 2.500 animais para cerca de 200 no início dos anos 2000.
As fêmeas que sobreviveram simplesmente deixaram de criar presas, e essa característica genética foi passada de geração para geração. Antes dos conflitos, o cientista estima, apenas menos que um quinto dos elefantes não produziam a ferramenta, conta o biólogo Shane Campbell-Staton, principal autora do artigo, citada pela Nature.
"Os anos de incerteza armada mudaram a trajetória da evolução daquela população", disse o biólogo. Entre 1977 e 2004, a proporção de fêmeas sem presas saltou de 18,5% para 33%.
Característica letal para homens
Os pesquisadores ficaram intrigados: por qual razão a ausência de presas era uma característica limitada às fêmeas?
Mesmo em áreas com grandes populações de elefantes africanos, existem raros machos sem presas. Esse padrão sugere uma origem genética para a ausência de presas que está ligada ao sexo do elefante.
Depois de sequenciar os genomas de fêmeas com presas e sem presas, os pesquisadores identificaram um gene dominante que poderia ser responsável pela ausência de presas: AMELX.
O AMELX é transmitido de mães para filhos no cromossomo X. Os humanos também têm o gene. Se um homem herda um gene AMELX interrompido em seu cromossomo X, ele geralmente morre.
Os autores do estudo acham que poderia ser o mesmo com os elefantes africanos: se um elefante macho herda um gene AMELX interrompido, ele morre; mas o gene mutado resultaria apenas em ausência de presas em uma fêmea de elefante.
Embora a guerra civil de Moçambique tenha acabado há quase 30 anos, pode demorar um século para que a proporção de fêmeas sem presas volte aos níveis anteriores à guerra.
"Provavelmente levará cinco, seis ou sete gerações para voltar aos 2% que você esperaria sem qualquer pressão de caça", comenta Campbell-Staton.
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As fêmeas que sobreviveram simplesmente deixaram de criar presas, e essa característica genética foi passada de geração para geração. Antes dos conflitos, o cientista estima, apenas menos que um quinto dos elefantes não produziam a ferramenta, conta o biólogo Shane Campbell-Staton, principal autora do artigo, citada pela Nature.
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Os pesquisadores ficaram intrigados: por qual razão a ausência de presas era uma característica limitada às fêmeas?
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Depois de sequenciar os genomas de fêmeas com presas e sem presas, os pesquisadores identificaram um gene dominante que poderia ser responsável pela ausência de presas: AMELX.
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Os autores do estudo acham que poderia ser o mesmo com os elefantes africanos: se um elefante macho herda um gene AMELX interrompido, ele morre; mas o gene mutado resultaria apenas em ausência de presas em uma fêmea de elefante.
Embora a guerra civil de Moçambique tenha acabado há quase 30 anos, pode demorar um século para que a proporção de fêmeas sem presas volte aos níveis anteriores à guerra.
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