Pelo menos mais de 60 pessoas morreram e 220 ficaram feridas apos ataques israelenses consecutivos na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, diz um comunicado do Ministério da Saúde do enclave, acrescentando que algumas vítimas ainda estão presas sob os escombros.

Na madrugada de domingo, as forças de Israel atacaram o complexo hospitalar de Al-Aqsa, no centro de Gaza, deixando três mortos e 40 feridos. O bombardeio atingiu as tendas dos deslocados no interior da unidade de saúde, em Deir al-Balah. É a sétima vez que Israel ataca estas instalações, afirmaram as autoridades de Gaza.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram, em comunicado, que lançaram um ataque direcionado contra terroristas e alegaram que operavam um centro de comando dentro do hospital.

No campo de refugiados de Nuseirat, nas proximidades do hospital, segundo a Agência de Defesa Civil, a ofensiva israelense matou famílias inteiras e feriu dezenas de pessoas. As autoridades médicas palestinas relataram que o bombardeio matou, de uma mesma família, os pais e os seus seis filhos, com idades entre 8 e 23 anos. Um repórter da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) contou os corpos. Já outra ofensiva atingiu a escola Mufti, que também acolhe deslocados em Nuseirat e matou aproximadamente 23 pessoas. Também cerca de dez pessoas morreram e 30 pessoas foram feridas em ataques a um centro de distribuição de alimentos no campo de refugiados de Jabalia, no norte.

Além disso, o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, informou que cinco palestinos morreram e quatro ficaram feridos num ataque nesta segunda-feira à escola Hafsa al-Fawqa, também em Jabalia, que foram levados para o hospital Kamal Adwan,há dez dias sob cerco militar.

Anteriormente, cinco crianças foram mortas por um ataque de um drone quando brincavam numa esquina do campo de al-Shati, no norte de Gaza, além ferir sete pessoas.

O Hamas classificou o ataque de “massacre horrível” e afirmou que Israel não teria ousado continuar a guerra em Gaza ou expandi-la para o sul do Líbano se não fosse o apoio dos Estados Unidos e o “silêncio internacional”.

Segundo autoridades de Gaza, mais de 300 palestinos morreram no norte de Gaza em ofensivas israelenses desde que uma nova operação terrestre começou na zona, em 6 de outubro. As autoridades denunciaram que nesta região do enclave palestino, onde ainda vivem cerca de 400 mil habitantes, se registrou uma onda de assassinatos sistemáticos e um cerco total contra civis, especialmente crianças e mulheres, que afeta as zonas de Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun.

De acordo com o Ministério da Saúde local, os últimos dados sobre o total de mortos desde o inicio da guerra chegou a 42.289 pessoas. São 98.117 palestinos que ficaram feridos e é estimado que 10 mil corpos presos sob os escombros.

O chefe da agência de refugiados Filippo Grandi apelou mais uma vez por um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, afirmando que é a única forma de quebrar o ciclo de violência, morte, ódio e miséria e pediu a ajuda da comunidade internacional. “226 pessoas que trabalhavam para a agência da ONU para os refugiados palestinos foram mortas em Gaza no ano passado. Não podemos aceitar que as vidas dos funcionários das agências humanitárias sejam descartadas como meros danos colaterais ou, pior ainda, que sejam consideradas culpadas ou cúmplices”, completou Grandi.