Na última sexta-feira, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental advertiu estar pronta para uma intervenção armada no Níger (Foto: AFP)
 
Abdulsalami Abubakar, se reuniu na capital do Níger com o líder da junta militar que tomou o poder no golpe de Estado, o general Abdourahamane Tchianie, e também com o presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Abubakar levou a missão de tentar uma nova mediação diplomática e, de acordo com suas palavras, transmitir uma mensagem de firmeza e buscar encontrar uma solução pacífica com os golpistas que derrubaram o presidente eleito democraticamente do país.

No entanto, o general Tchianie disse que conta com o apoio da população e alertou para qualquer tentativa de intervenção militar da CEDEAO.  “A verdade é que a tomada do poder pelas forças de defesa e segurança apoiadas firmemente pela nossa valente população se insere num contexto de rejeição dos modelos de segurança e má governança feita de injustiça e corrupção”, declarou Tchianie.

Em visita a Niamei, o representante do Secretário-Geral das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel e enviado especial ao Níger, Leonardo Simão, também participou do encontro e insistiu que a crise política que se vive no país deve passar pela via pacífica e diplomática. “As autoridades do Níger mostraram abertura para se encontrar uma via negociada", revelou Simão.

Ao mesmo tempo, milhares de voluntários se registram para serem eventualmente mobilizados como auxiliares civis para apoiarem as forças armadas.

Na última sexta-feira, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental advertiu estar pronta para uma intervenção armada no Níger.

Além disso, a escalada de tensão entre a CEDEAO e a junta militar afetou as rotas comerciais e de distribuição de alimentos na região devido os países da Comunidade Econômica da África Ocidental terem bloqueado as fronteiras com o Níger.

Entre os países aliados da junta militar nigerino estão as autoridades do Burkina Faso e do Mali, que já avisaram que uma intervenção militar no país seria também uma “declaração de guerra” contra eles.

Em contrapartida, o presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, expressou ser contra a decisão de uma intervenção militar por parte do CEDEAO e disse que não apoiará essa medida, garantindo que ‘dificilmente’ o seu país vai integrar uma força dessa natureza no âmbito da organização da África Ocidental.