array(31) {
["id"]=>
int(157593)
["title"]=>
string(72) "Congresso argentino aprova texto-base de reformas ultraliberais de Milei"
["content"]=>
string(6705) "ARGENTINA
O pacote de reformas proposto pelo presidente argentino, Javier Milei, deu um primeiro passo, nesta sexta-feira (02), com a aprovação de seu texto-base pelos deputados, que continuarão analisando o projeto artigo por artigo a partir de terça-feira, após um longo debate acompanhado por protestos e incidentes em frente ao Congresso.
No encerramento do terceiro dia de sessões, a Câmara Baixa aprovou a chamada "Lei Ônibus" por 144 a 109, com os 38 votos da minoria oficialista de extrema direita e o apoio de forças aliadas e opositoras de centro direita, com as quais negociou até reduzir o projeto original pela metade.
"O objetivo é apoiar o governo e o presidente para que tenha os instrumentos", disse Miguel Pichetto, líder de um grupo parlamentar misto crucial para obter a aprovação do texto-base.
Pouco antes da votação, ao compartilhar um texto que instava os legisladores a encerrar o debate, Milei publicou na rede social X: "Vocês têm hoje a oportunidade de mostrar de que lado da História querem estar".
A votação é uma conquista política para o presidente, embora o projeto ainda precise ser debatido "artigo por artigo", podendo sofrer alterações antes de passar para o Senado, onde a minoria oficialista espera reeditar alianças.
O projeto inclui a concessão de superpoderes, ou "poderes delegados", a Milei para governar por decreto, dispor a venda de empresas públicas, contrair dívida externa sem aval parlamentar e desregulamentar toda a atividade econômica, entre outras reformas de sua ideologia autodefinida como "anarcocapitalista".
Poderes delegados e dívida
Grande parte da discussão centrou-se nos "poderes delegados", que, segundo os opositores, implicam "conceder a soma do poder público", bem como nas privatizações e na captação de dívida externa sem aprovação do Congresso.
O deputado opositor Máximo Kirchner lembrou que o atual ministro da Economia, Luis Caputo, era funcionário do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) quando a Argentina negociou um empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 217,6 bilhões, na cotação atual) com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
E Caputo "foi à comissão bicameral de dívida quase com as mesmas frases que está dizendo agora de recuperar a confiança no mundo", alertou o filho dos ex-presidentes Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner.
"Nós argentinos já sabemos o que acontece quando o modelo econômico se centra no ajuste e na desregulamentação", alertou por sua vez o deputado opositor Leandro Santoro, evocando os ajustes que desencadearam a crise econômica e social de 2001.
Vários deputados opositores denunciaram não ter visto uma cópia da versão final redigida pelo oficialismo após negociações difíceis.
"Temos duas opções claras", leu a deputada Lorena Villaverde, do partido A Liberdade Avança, de Milei: "Nos tornarmos a maior favela do mundo, ou dar continuidade a este caminho, em direção à prosperidade e à liberdade".
Balas de borracha e gás lacrimogêneo
Na quinta-feira, centenas de manifestantes contrários às reformas que protestavam em frente ao Congresso foram reprimidos por policiais com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água, até serem dispersados.
"Houve excessos", respondeu um dos líderes da bancada governista, José Luis Espert, em coletiva de imprensa na porta do Congresso, ao ser perguntado sobre a ação das forças de segurança que deixou dezenas de feridos, segundo a AFP conseguiu comprovar.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, informou nesta sexta-feira que os incidentes deixaram oito presos e que sete agentes das forças de segurança ficaram feridos devido aos "atos de violência".
Forças da polícia militarizada haviam alertado que respeitariam o protocolo de restrições severas às manifestações de rua criado por Milei e por sua ministra de Segurança, Patricia Bullrich.
"Houve alguns pequenos momentos de tensão", comentou Bullrich aos jornalistas, alegando que os argentinos precisam de uma "mudança cultural" para acabar com a "tomada das ruas".
Ajustes em andamento
Milei já ditou um megadecreto que modifica centenas de normas e leis, para reverter com amplas desregulações uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza, com uma inflação anual de 211% em 2023.
Antes, o ultraliberal avançou com uma desvalorização do peso de 50% e a liberação de todos os preços da economia, o que acelerou a inflação a 25,5% em dezembro.
Milei também renovou o programa creditício de US$ 44 bilhões com o FMI, que elogiou esses primeiros ajustes, mas previu uma recessão de 2,8% da economia argentina em 2024.
Na quarta-feira, o Fundo aprovou o desembolso de US$ 4,7 bilhões (R$ 23,1 bilhões) - para pagamento de sua própria dívida - em apoio às "medidas econômicas" de Milei, embora tenha advertido que "o caminho para a estabilização será difícil"
"
["author"]=>
string(6) "Minas1"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(612065)
["filename"]=>
string(18) "congressomilei.jpg"
["size"]=>
string(6) "164509"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(21) "politicaa/iinternaas/"
}
["image_caption"]=>
string(91) " A Câmara Baixa aprovou a chamada "Lei Ônibus" por 144 a 109 (foto: JUAN MABROMATA / AFP)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(199) "Embora o projeto ainda possa sofrer alterações antes de passar para o Senado, votação é considerada uma conquista política para o presidente argentino
"
["author_slug"]=>
string(6) "minas1"
["views"]=>
int(71)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(72) "congresso-argentino-aprova-texto-base-de-reformas-ultraliberais-de-milei"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-02-02 23:43:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-02-02 23:43:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2024-02-02T23:40:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(39) "politicaa/iinternaas/congressomilei.jpg"
}
ARGENTINA
O pacote de reformas proposto pelo presidente argentino, Javier Milei, deu um primeiro passo, nesta sexta-feira (02), com a aprovação de seu texto-base pelos deputados, que continuarão analisando o projeto artigo por artigo a partir de terça-feira, após um longo debate acompanhado por protestos e incidentes em frente ao Congresso.
No encerramento do terceiro dia de sessões, a Câmara Baixa aprovou a chamada "Lei Ônibus" por 144 a 109, com os 38 votos da minoria oficialista de extrema direita e o apoio de forças aliadas e opositoras de centro direita, com as quais negociou até reduzir o projeto original pela metade.
"O objetivo é apoiar o governo e o presidente para que tenha os instrumentos", disse Miguel Pichetto, líder de um grupo parlamentar misto crucial para obter a aprovação do texto-base.
Pouco antes da votação, ao compartilhar um texto que instava os legisladores a encerrar o debate, Milei publicou na rede social X: "Vocês têm hoje a oportunidade de mostrar de que lado da História querem estar".
A votação é uma conquista política para o presidente, embora o projeto ainda precise ser debatido "artigo por artigo", podendo sofrer alterações antes de passar para o Senado, onde a minoria oficialista espera reeditar alianças.
O projeto inclui a concessão de superpoderes, ou "poderes delegados", a Milei para governar por decreto, dispor a venda de empresas públicas, contrair dívida externa sem aval parlamentar e desregulamentar toda a atividade econômica, entre outras reformas de sua ideologia autodefinida como "anarcocapitalista".
Poderes delegados e dívida
Grande parte da discussão centrou-se nos "poderes delegados", que, segundo os opositores, implicam "conceder a soma do poder público", bem como nas privatizações e na captação de dívida externa sem aprovação do Congresso.
O deputado opositor Máximo Kirchner lembrou que o atual ministro da Economia, Luis Caputo, era funcionário do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) quando a Argentina negociou um empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 217,6 bilhões, na cotação atual) com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
E Caputo "foi à comissão bicameral de dívida quase com as mesmas frases que está dizendo agora de recuperar a confiança no mundo", alertou o filho dos ex-presidentes Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner.
"Nós argentinos já sabemos o que acontece quando o modelo econômico se centra no ajuste e na desregulamentação", alertou por sua vez o deputado opositor Leandro Santoro, evocando os ajustes que desencadearam a crise econômica e social de 2001.
Vários deputados opositores denunciaram não ter visto uma cópia da versão final redigida pelo oficialismo após negociações difíceis.
"Temos duas opções claras", leu a deputada Lorena Villaverde, do partido A Liberdade Avança, de Milei: "Nos tornarmos a maior favela do mundo, ou dar continuidade a este caminho, em direção à prosperidade e à liberdade".
Balas de borracha e gás lacrimogêneo
Na quinta-feira, centenas de manifestantes contrários às reformas que protestavam em frente ao Congresso foram reprimidos por policiais com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água, até serem dispersados.
"Houve excessos", respondeu um dos líderes da bancada governista, José Luis Espert, em coletiva de imprensa na porta do Congresso, ao ser perguntado sobre a ação das forças de segurança que deixou dezenas de feridos, segundo a AFP conseguiu comprovar.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, informou nesta sexta-feira que os incidentes deixaram oito presos e que sete agentes das forças de segurança ficaram feridos devido aos "atos de violência".
Forças da polícia militarizada haviam alertado que respeitariam o protocolo de restrições severas às manifestações de rua criado por Milei e por sua ministra de Segurança, Patricia Bullrich.
"Houve alguns pequenos momentos de tensão", comentou Bullrich aos jornalistas, alegando que os argentinos precisam de uma "mudança cultural" para acabar com a "tomada das ruas".
Ajustes em andamento
Milei já ditou um megadecreto que modifica centenas de normas e leis, para reverter com amplas desregulações uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza, com uma inflação anual de 211% em 2023.
Antes, o ultraliberal avançou com uma desvalorização do peso de 50% e a liberação de todos os preços da economia, o que acelerou a inflação a 25,5% em dezembro.
Milei também renovou o programa creditício de US$ 44 bilhões com o FMI, que elogiou esses primeiros ajustes, mas previu uma recessão de 2,8% da economia argentina em 2024.
Na quarta-feira, o Fundo aprovou o desembolso de US$ 4,7 bilhões (R$ 23,1 bilhões) - para pagamento de sua própria dívida - em apoio às "medidas econômicas" de Milei, embora tenha advertido que "o caminho para a estabilização será difícil"