JUSTIÇA


O julgamento por sedição contra cinco integrantes do grupo de extrema direita Proud Boys pela invasão do Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos, em 2021, começou nesta segunda-feira (19) com a escolha do júri.


As acusações contra o líder do Proud Boys, Enrique Tarrio, e outros quatro membros do grupo, derivam da tentativa de impedir em 6 de janeiro de 2021 a certificação pelo Congresso da vitória nas eleições presidenciais do democrata Joe Biden sobre o então presidente republicano Donald Trump.


Embora Tarrio não estivesse em Washington no momento da invasão, a acusação alega que ele a comandou.


Os outros quatro membros - Dominic Pezzola, Joseph Biggs, Ethan Nordean e Zachary Rehl - são acusados de participar diretamente do ataque.


Em um vídeo amplamente compartilhado, Pezzola é visto usando um escudo policial roubado para quebrar uma janela no Capitólio.


Tarrio foi preso em Miami em março e enfrenta acusações junto com os outros membros do grupo por conspiração para obstruir um processo oficial, obstrução da justiça e destruição de propriedade do governo.


Mais de 900 pessoas foram presas em conexão com a invasão do Congresso por apoiadores de Trump, mas apenas um punhado foi acusado de conspiração sediciosa, que pode levar a uma sentença de até 20 anos de prisão.


Dois líderes de outra milícia de extrema direita, a Oath Keepers, foram declarados culpados por conspiração sediciosa no mês passado, inclusive seu fundador, Stewart Rhodes.


O júri absolveu três outros membros desse grupo da acusação de sedição, mas os condenou por delitos menores, como obstrução de um processo oficial.


Segundo a acusação, Tarrio se reuniu com Rhodes em 5 de janeiro em um estacionamento em Washington e estava em contato com membros do Proud Boys que invadiram o Capitólio durante o ataque.


O julgamento contra os membros do Proud Boys, que ocorre no tribunal federal de Washington, deve durar várias semanas.


O ataque contra o Congresso deixou pelo menos cinco mortos e 140 policiais feridos, e aconteceu após um acalorado discurso de Trump para milhares de apoiadores perto da Casa Branca.


O ex-presidente segue afirmando, sem apresentar provas, que as eleições de novembro de 2020 foram fraudadas.