Cinco pessoas foram presas em meio à onda de apagões que afetaram a Venezuela desde março, acusados de atacar o sistema elétrico, disse nesta terça-feira (23) o ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez.
 
Os detidos, segundo Rodriguez, estão envolvidos em "ataques terroristas" contra a usina hidrelétrica de Guri, no estado de Bolívar (sul), fonte de 80% da energia consumida pelo país petroleiro.
 
"O que temos até agora? Cinco capturados que já foram mostrados para participar de alguns dos ataques", disse o funcionário em um comunicado à imprensa no palácio presidencial em Miraflores, Caracas.
 
Segundo o governo de Nicolás Maduro, os apagões recorrentes que paralisaram a Venezuela por dias desde 7 de março são o resultado de sabotagem cibernética, eletromagnética e física.
 
"Identificamos os autores materiais, cúmplices internos, que eram trabalhadores da indústria elétrica. Vendedores da pátria!", afirmou Maduro horas mais tarde em um discurso transmitido pela televisão. 
 
Desde essa data, segundo Rodríguez, foram registrados cerca de 280 ataques incendiários e 45 "ataques menores", independentemente daqueles que teriam sido perpetrados contra Guri. O ministro especificou que há 19 envolvidos nas investigações do caso.
 
Entre os cinco detentos, ele identificou apenas Otoniel Ramón Sánchez, um engenheiro elétrico cuja prisão foi denunciada por sua família na semana passada.
 
Organizações de direitos humanos denunciaram a "perseguição" contra trabalhadores da Corporación Eléctrica Nacional (Corpoelec), após os apagões.
 
Por outro lado, Rodriguez acrescentou que a captura de quatro venezuelanos no exterior foi solicitada: Julio César Acuña e Jesús Rodríguez Landony, com sede nos Estados Unidos, e Ramón Oswaldo García e Miguel Freitas, que vivem respectivamente na Espanha e na Colômbia.
 
Especialistas culpam o governo socialista por falhas de energia, por falta de manutenção de infraestrutura e corrupção.