A China informou nesta segunda-feira (16), que deverá reconhecer o governo talibã no Afeganistão e está disposta a ter uma boa relação com o país. De acordo com o jornalista Jamil Chade no UOL, o governo chinês, que não fechou a sua embaixada em Cabul, assim como a Rússia, informou que não pretende questionar a formação de um novo governo. Uma delegação talibã foi recebida pelo governo chinês em 29 de julho na cidade de Tianjin.

A delegação do Talibã reuniu-se em 20 de julho com o chefe da diplomacia do país, Wang Yi. O grupo disse considerar as autoridades chinesas como amigas e propuseram iniciar um diálogo sobre os investimentos de Pequim no Afeganistão.

Na ocasião, uma nota do Ministério de Relações Exteriores chinês afirmou que o governo do país espera que o Talibã "coloque os interesses do Afeganistão em primeiro lugar, mantenha o comprometimento com negociações de paz, defenda o objetivo da paz, crie uma imagem positiva e adote uma política inclusiva". O governo chinês afirmou também esperar que o Talibã se distancie de grupos terroristas.

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A China tem interesses estratégicos na região e enxerga a nova situaçao como possibilidade de ampliar sua influência na Ásia, já que a queda de Cabul é vista como um golpe contra a presença ocidental.

A imprensa chinesa tem divulgado a tomada de poder do Talibã como o  fracasso da estratégia de 20 anos dos EUA no Afeganistão. O jornal China Daily, porta-voz do governo chinês, afirmou em editorial que a situação de Cabul é uma "humilhação" para os americanos.