GUERRA

Segundo o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM), diversos caminhões com ajuda humanitária começaram a desembarcar hoje, pela primeira vez, na Faixa de Gaza no cais flutuante construído pelos norte-americanos na costa do território palestino.
 
"Este é um esforço multinacional contínuo para fornecer ajuda adicional à população civil palestina através de um corredor marítimo de caráter totalmente humanitário", diz o comunicado do CENTCOM.
 
 De acordo com o exército dos EUA, os caminhões contêm, sobretudo, produtos básicos doados por vários países e organizações humanitárias para ameniza a grave crise enfrentada pelos palestinos na região.
 
Toda estrutura do cais foi construída pelos norte-americanos e visa servir como um centro para a entrega de suprimentos, uma vez que Gaza não possui um porto suficientemente profundo para receber grandes navios de carga. A previsão é de que aproximadamente 90 caminhões por dia cheguem a Gaza através do cais, sendo que número deverá aumentar para 150 na segunda fase do plano.
 
O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, anunciou que o Programa Alimentar Mundial (PMA) vai liderar a distribuição da ajuda descarregada do cais temporário, que atravessa um corredor marítimo aberto a partir do Chipre. Mas, Washington e a as Nações Unidas advertiram que este cais não pode ser considerado um substituto para as entregas terrestres, uma vez que as áreas que necessitam de mais ajuda estão mais distantes da praia.

No entanto, a Organização das Nações Unidas ressaltou que as rotas terrestres são o método de entrega de ajuda mais viável, eficaz e eficiente, razão pela qual é preciso abrir os pontos de passagem que se encontram fechados pelas tropas israelitas. "Para evitar os horrores da fome, devemos usar a rota mais rápida e óbvia para chegar ao povo de Gaza, e para isso precisamos de acesso terrestre agora", apelou a ONU.
 
O Reino Unido também anunciou, nesta sexta-feira, que entregou pela primeira vez ajuda humanitária para Gaza por meio do cais temporário.  O gabinete do primeiro-ministro britânico disse que forneceu 8.400 coberturas de plástico.
 
G7 apela a Israel respeito ao direito humanitário em Gaza

 Os países do G7, exceto os EUA, juntamente com a Austrália, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Dinamarca, Holanda, Suécia e Finlândia, assinaram uma carta para alertar Israel. A carta enviada ao governo israelita destaca a necessidade de Israel respeitar o direito humanitário internacional enquanto exerce o direito de defesa, citou o jornal britânico The Guardian. 
 
Os países manifestaram preocupação com os ataques à cidade de Rafah, no sul do enclave, e apelaram a Israel para permitir a entrada de ajuda humanitária na região. O documento ainda pede mais esforços, inclusive o trabalho por um cessar-fogo, e a retomada dos serviços essenciais, como eletricidade, água e telecomunicações em Gaza.