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A Casa Branca anunciou novas regras para a comunicação social do governo, que passará a decidir quais os jornalistas estarão autorizados a ir às coletivas de imprensa e fazer perguntas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca assume o controle de acesso, o que permitirá o governo também escolher e priorizar os veículos de comunicação de sua preferência nas conferências e solenidades do presidente norte-americano.
A decisão quebra uma tradição de quase um século nas coberturas jornalísticas da Casa Branca. “Essa medida fere a independência de uma imprensa livre nos Estados Unidos. Num país livre, os líderes não devem poder escolher o seu próprio corpo de imprensa”, disse Eugene Daniels, presidente da Associação de Correspondentes da Casa Branca.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em conferência de imprensa que será o executivo liderado por Trump que irá selecionar os membros do pequeno grupo de jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara que podem acompanhar o presidente nos seus eventos e, que posteriormente transmitem a informação a milhares de outros jornalistas. “A partir de agora, a equipe de imprensa da Casa Branca determinará quem faz parte do pool da imprensa”, declarou.
Leavitt disse que ainda serão definidos e divulgados os detalhes desta alteração.
Esta tarefa e seleção até agora cabia exclusivamente à Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA). A WHCA, fundada em 1914 por jornalistas, foi à resposta a um rumor infundado de que uma comissão do Congresso queria decidir quais os repórteres que podiam assistir às conferências de imprensa do então presidente norte-americano, Woodrow Wilson.
A WHCA tem defendido ao longo de décadas um maior acesso para as centenas de jornalistas que cobrem a Casa Branca, diante de tentativas de alguns governos em sentido contrário. É um pool de jornalistas que faz a cobertura da agenda do presidente, uma vez que não há espaço suficiente para os inúmeros jornalistas que querem acompanhar os seus eventos na Sala Oval, ou outros locais onde discursa e até mesmo no avião presidencial.
O processo de seleção dos membros do pool é muito rigoroso e é feito também um rodízio para todos terem a vez. O grupo de jornalistas que acompanham o presidente dos EUA é normalmente formado por 13 a 14 pessoas, apesar de em alguns casos possa chegar aos 20. Dentro deste grupo há jornalistas da imprensa escrita, rádio e outros de televisão.
Embate com a AF
Essa medida governamental surgiu no contexto de um enfrentamento com a agência de notícias Associated Press (AP), uma vez que a Casa Branca restringiu o acesso dos seus jornalistas nas coletivas, isso porque anteriormente um dos repórteres chamou o Golfo do México pelo seu nome tradicional, ao invés do novo termo “Golfo da América” adotado pelo presidente.
Na ocasião da restrição de entrada aos jornalistas da agência de notícias, a editora-executiva da AP, Julie Pace, afirmou que decisão do governo é uma violação à 1ª Emenda da Constituição dos EUA, que trata da liberdade de expressão e de imprensa.
Mas, a mudança nas regras da Casa Branca se efetivou mesmo após uma audiência em um tribunal federal em que a AP solicitou uma ordem de restrição temporária para interromper os esforços da Casa Branca de bloqueá-los do pool de imprensa que cobre o presidente em certas situações. O Juiz federal, Trevor McFadden, se recusou a emitir a ordem de restrição solicitada pela AP, no entanto alertou o governo de que a jurisprudência sugeria que a AP poderia prevalecer em seu argumento de discriminação baseada em conteúdo.
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A Casa Branca anunciou novas regras para a comunicação social do governo, que passará a decidir quais os jornalistas estarão autorizados a ir às coletivas de imprensa e fazer perguntas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca assume o controle de acesso, o que permitirá o governo também escolher e priorizar os veículos de comunicação de sua preferência nas conferências e solenidades do presidente norte-americano.
A decisão quebra uma tradição de quase um século nas coberturas jornalísticas da Casa Branca. “Essa medida fere a independência de uma imprensa livre nos Estados Unidos. Num país livre, os líderes não devem poder escolher o seu próprio corpo de imprensa”, disse Eugene Daniels, presidente da Associação de Correspondentes da Casa Branca.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em conferência de imprensa que será o executivo liderado por Trump que irá selecionar os membros do pequeno grupo de jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara que podem acompanhar o presidente nos seus eventos e, que posteriormente transmitem a informação a milhares de outros jornalistas. “A partir de agora, a equipe de imprensa da Casa Branca determinará quem faz parte do pool da imprensa”, declarou.
Leavitt disse que ainda serão definidos e divulgados os detalhes desta alteração.
Esta tarefa e seleção até agora cabia exclusivamente à Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA). A WHCA, fundada em 1914 por jornalistas, foi à resposta a um rumor infundado de que uma comissão do Congresso queria decidir quais os repórteres que podiam assistir às conferências de imprensa do então presidente norte-americano, Woodrow Wilson.
A WHCA tem defendido ao longo de décadas um maior acesso para as centenas de jornalistas que cobrem a Casa Branca, diante de tentativas de alguns governos em sentido contrário. É um pool de jornalistas que faz a cobertura da agenda do presidente, uma vez que não há espaço suficiente para os inúmeros jornalistas que querem acompanhar os seus eventos na Sala Oval, ou outros locais onde discursa e até mesmo no avião presidencial.
O processo de seleção dos membros do pool é muito rigoroso e é feito também um rodízio para todos terem a vez. O grupo de jornalistas que acompanham o presidente dos EUA é normalmente formado por 13 a 14 pessoas, apesar de em alguns casos possa chegar aos 20. Dentro deste grupo há jornalistas da imprensa escrita, rádio e outros de televisão.
Embate com a AF
Essa medida governamental surgiu no contexto de um enfrentamento com a agência de notícias Associated Press (AP), uma vez que a Casa Branca restringiu o acesso dos seus jornalistas nas coletivas, isso porque anteriormente um dos repórteres chamou o Golfo do México pelo seu nome tradicional, ao invés do novo termo “Golfo da América” adotado pelo presidente.
Na ocasião da restrição de entrada aos jornalistas da agência de notícias, a editora-executiva da AP, Julie Pace, afirmou que decisão do governo é uma violação à 1ª Emenda da Constituição dos EUA, que trata da liberdade de expressão e de imprensa.
Mas, a mudança nas regras da Casa Branca se efetivou mesmo após uma audiência em um tribunal federal em que a AP solicitou uma ordem de restrição temporária para interromper os esforços da Casa Branca de bloqueá-los do pool de imprensa que cobre o presidente em certas situações. O Juiz federal, Trevor McFadden, se recusou a emitir a ordem de restrição solicitada pela AP, no entanto alertou o governo de que a jurisprudência sugeria que a AP poderia prevalecer em seu argumento de discriminação baseada em conteúdo.