O cartunista canadense Michael de Adder disse na sexta-feira (28) que teve o contrato rompido com alguns jornais para os quais colaborava após uma ilustração sua, que mostra o presidente Donald Trump se preparando para jogar golfe sobre os corpos de dois imigrantes afogados, ter viralizado.
O desenho retrata Trump com um taco de golfe na mão, olhando para o que seriam os corpos de dois salvadorenhos que tentaram cruzar o Rio Grande em direção aos Estados Unidos, e perguntando: "vocês se importam se eu seguir jogando?".
A foto dos cadáveres –do pai Óscar Alberto Martínez, 25, e de sua filha Angie Valeria, 2– rodou o planeta na semana passada e destacou a situação dos imigrantes da América Central que tentam fazer a travessia.
O cartunista, o mais famoso do Canadá, anunciou em uma rede social que tinha tido seu contrato rompido com quatro jornais do grupo canadense New Brunswick para os quais trabalhava como freelance menos de 24 horas depois de a ilustração ter se espalhado pelas redes sociais. O cartum não chegou a ser publicado em nenhum dos veículos.
"Foi muito rápido", Adder contou à rede de televisão CTV. "Eu tinha cartuns prontos e eles não publicaram nenhum. Não fez sentido para mim."
Ele afirmou que não lhe foi dado motivo para a demissão. Disse ainda que todas as ilustrações a respeito de Trump que submeteu para publicação no último ano foram rejeitadas.
O grupo Brunswick News disse que a ilustração não lhes havia sido oferecida, e afirmou também que a decisão de substituir o cartunista por um outro, Greg Perry, já havia sido tomada há semanas e não estava relacionada com a ilustração de Trump que viralizou.
O grupo é de propriedade da família Irvings, uma das mais ricas do Canadá, que opera a petrolífera Irving Oil.