O recém-eleito presidente americano, Joe Biden, conversou por telefone na noite de quinta-feira (12/11) com três líderes de países aliados da Ásia, com os quais se comprometeu a manter pactos de defesa mútua e restaurar relações, um tanto enfraquecidas no governo Donald Trump.

Depois de telefonar para vários líderes europeus, o ex-vice-presidente se reuniu com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga.

Esses três líderes já parabenizaram o político democrata por sua recente vitória na eleição presidencial, um resultado que Trump se recusa a reconhecer.

Na conversa com Biden, Suga lançou uma firme advertência sobre "a situação cada vez mais grave na região em matéria de segurança", de acordo com um comunicado das autoridades japonesas. A isso, Biden manifestou "profundo compromisso em favor da defesa do Japão", explicou sua equipe de transição presidencial.

Durante os quatro anos do governo Trump, os aliados dos Estados Unidos na Ásia duvidaram, repetidamente, da vontade do presidente americano de honrar os compromissos de Washington no caso de um conflito militar internacional.

Em um gesto que provavelmente provocaria uma reação de Pequim, Biden teria confirmado que os compromissos de defesa incluiriam as ilhotas desertas de Senkaku/Diaoyu, há décadas sob disputa de Tóquio e Pequim.

Ao falar com Moon, o presidente eleito teria dito que a aliança entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul constitui o "pilar da segurança e da prosperidade" na região. Assim, teria-se comprometido a colaborar para abordar "problemas comuns", como Coreia do Norte e mudança climática.

Trump considerou retirar as tropas presentes no Japão e na Coreia do Sul, onde cerca de 28.500 soldados americanos se encontram destacados para proteger o país da ameaça norte-coreana.

Quanto ao primeiro-ministro australiano, Biden teria destacado a importância de "enfrentar a mudança climática", já que o governo de Camberra, conservador, é acusado de não adotar medidas suficientes para combater esse fenômeno.

Scott Morrison afirmou, por sua vez, que a ligação foi "muito calorosa" e disse que Biden não mencionou a questão da neutralidade de carbono, mas sim as "tecnologias" para reduzir as emissões.