EUA (FOLHAPRESS) - A campanha de Joe Biden lançou na quarta-feira (22) um vídeo de uma conversa entre o candidato democrata e o ex-presidente Barack Obama na qual os dois criticam a resposta de Donald Trump à pandemia do novo coronavírus.

 
"Você consegue imaginar ser presidente, se levantar e dizer 'a responsabilidade não é minha. Eu não assumo a responsabilidade'. Literalmente", diz Biden logo na abertura da gravação, cuja versão integral será divulgada na quinta-feira (23).


"Essas palavras nunca saíram das nossas bocas quando estávamos no governo", responde Obama.

O candidato às eleições de novembro foi vice de Obama durante seus dois mandatos, de 2009 a 2017.

"Não consigo entender sua [de Trump] incapacidade de ter uma ideia do que as pessoas estão vivendo", completa Biden.

Ambos os democratas aparecem usando máscaras e mantendo o distanciamento social durante o encontro, um claro contraste à postura do presidente. Trump apareceu em público usando o item pela primeira vez em 11 de julho, embora as autoridades americanas tenham recomendado as máscaras no início de abril.

Em pesquisas recentes, Biden aparece à frente do republicano –em algumas delas, por margens que ultrapassam dez pontos percentuais. Segundo uma sondagem realizada em julho pela Universidade Quinnipiac, 62% dos americanos reprovam a resposta do governo Trump à pandemia.

Uma pesquisa do Wall Street Journal e da emissora NBC, também de julho, mostra 59% de reprovação nesse quesito.

Na terça (21), pressionado pelos resultados negativos, Trump mudou seu discurso e passou a defender uso do equipamento de proteção e suspendeu grandes eventos de campanha no momento em que o país bate novos recordes de casos de Covid-19.

Esta não foi a primeira vez que Obama criticou a atuação da Casa Branca no combate à pandemia. No início de maio, numa videoconferência com ex-membros de seu governo, o ex-presidente descreveu a resposta de Trump à crise como caótica –o conteúdo da conversa foi vazado à imprensa americana.

Obama anunciou seu apoio a Biden em 14 de abril em um vídeo no qual pediu a união dos democratas. O endosso foi feito depois que os concorrentes pela nomeação do Partido Democrata se retiraram da disputa. Até então, o ex-presidente vinha mantendo uma postura de neutralidade.