WILMINGTON (Reuters) - O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou o presidente Donald Trump de não sentir a dor econômica causada pela pandemia do coronavírus, depois que dados desta sexta-feira mostraram desaceleração no crescimento do emprego e uma crescente diferença racial nas taxas de desemprego.


O ex-vice-presidente, ao divulgar uma mensagem de campanha de que está mais em contato com os trabalhadores norte-americanos do que seu rival nas eleições de 3 de novembro, disse que a crise econômica exacerbou as divisões entre ricos e pobres.

“A dolorosa verdade é que temos um presidente que não vê isso, não sente, não entende, simplesmente não se importa. Ele acha que se o mercado de ações estiver em alta, então tudo está bem”, disse Biden durante um discurso em sua base em Wilmington, no Delaware.

Com ambas as campanhas em ritmo acelerado para uma das corridas presidenciais mais importantes na história recente dos EUA, o Departamento do Trabalho informou que a criação de empregos fora do setor agrícola no mês passado somou 1,37 milhão de vagas, menos do que em julho.

Trump e seus correligionários republicanos destacaram a queda na taxa de desemprego em agosto para 8,4% como um sinal de que a economia está melhorando após o choque causado pelo coronavírus, que afetou pequenos negócios como restaurantes, academias e salões de beleza e matou mais de 186.000 pessoas nos Estados Unidos.

Biden, que manteve uma vantagem de 7 pontos percentuais sobre Trump nacionalmente na pesquisa Reuters/Ipsos esta semana, pediu ao presidente que reúna os líderes do Congresso para reiniciar as negociações paralisadas para outro pacote de alívio econômico.

“Sr. presidente, faça o seu trabalho. Saia do campo de golfe. Convoque seus líderes e sente-se no Salão Oval. Faça um acordo”, afirmou o democrata.