Sputnik Brasil - A pouco mais de três dias do fim do prazo para votação do projeto que permite ampliar o financiamento do governo americano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que não sabe como evitar uma possível paralisação do Estado. Conhecida como "shutdown", a falta de recursos já pode ocorrer a partir do dia 1º de outubro.

O Congresso ainda não votou a questão por conta de impasses, como o financiamento americano ao conflito ucraniano, que já custou mais de US$ 114 bilhões [cerca de R$ 562,1 bilhões].

Parlamentares republicanos já começam a se opor ao repasse de recursos para um "conflito indefinido", enquanto Biden defende a liberação de mais dinheiro ao regime de Vladimir Zelensky. "Se eu soubesse como fazer isso, já teria feito", citou o do líder americano ao ser questionado se algo poderia ser feito para evitar o "shutdown".

Situação delicada - Diante de uma arrecadação menor que a esperada e elevação das despesas, os recursos que estão no caixa federal só serão suficientes até outubro. Por isso, há necessidade de votação de um projeto que permita ampliar os gastos para além do previsto. A inflação americana, que também traz impactos para o governo, atingiu o máximo histórico e a dívida nacional já ultrapassa US$ 33 trilhões [cerca de R$ 162,2 trilhões].

Para evitar mais um "shutdown", o Congresso deve aprovar um orçamento de longo prazo ou de curto prazo para o país antes do final do atual ano fiscal, que termina em 1º de outubro.

Discrepâncias entre a administração e o Congresso, tanto em termos de volume quanto de itens de financiamento, estão impedindo a aprovação do orçamento. A Casa Branca acusa os republicanos de se recusarem a cooperar, enquanto a minoria republicana no Senado e a maioria na Câmara dos Deputados discordam das ações da administração.

História repetida - Entre 2018 e 2019, durante a gestão de Donald Trump, o governo americano chegou a ficar paralisado por 35 dias, diante do mesmo impasse que trava a votação atual. Na época, o impacto para o PIB do país chegou a US$ 11 bilhões em perdas (R$ 55,4 bilhões).

A paralisação pode trazer grandes impactos no dia a dia dos americanos, em áreas que vão desde o fornecimento de água potável até viagens aéreas, por conta da falta de remuneração dos controladores do tráfego. O efeito também é imediato para quase quatro milhões de funcionários federais, que podem ficar sem salários.