Um tribunal suspendeu nesta segunda-feira (10) a primeira audiência para proibir a saída do país da primeira-dama do Peru, Lilia Paredes, por 36 meses, em meio a uma investigação pelos supostos crimes de organização criminosa e conluio qualificado.

A audiência foi transmitida pelo canal de televisão do Poder Judiciário e durou três horas, nos quais foram ouvidos os primeiros argumentos da acusação e da defesa. Ao final do dia, o juiz Raúl Justiniano anunciou que a sessão continuaria na quarta-feira.

O promotor Jorge García representou a acusação contra a primeira-dama, que participou da audiência virtualmente.

"Os elementos de condenação anexados ao nosso pedido apoiam claramente a existência de uma organização criminosa", disse o promotor.

Benji Espinoza, advogado de Paredes, negou as acusações e a existências de provas que demonstrem que a primeira-dama financiou, possibilitou ou agilizou a coordenação de ações criminais da cúpula do governo.

A esposa de presidente Pedro Castillo é supostamente a coordenadora de uma rede de corrupção que atua no meio político do marido, segundo documentos do Ministério Público divulgados pela imprensa. 

O pedido para impedir a saída do país se estende para dois irmãos da primeira-dama, Walter e David Paredes, e um terceiro investigado no mesmo caso, Hugo Espino, que confessou perante o MP ser 'testa de ferro' da família Castillo.

O presidente de esquerda, que enfrenta seis investigações, nega qualquer irregularidade cometida por sua família e afirma ser vítima de uma campanha midiática para removê-lo do poder.

Castillo tem imunidade e só pode ser levado a julgamento após o término de seu mandato, em julho de 2026.