VIDAS NEGRAS
 

A ativista Assa Traoré, cujo irmão Adama foi assassinado sob custódia policial francesa há quatro anos, recebeu no domingo o prêmio americano BET Global Good.


Traoré agradeceu ao BET, um canal de televisão dos Estados Unidos dedicado ao público afro-americano e a outras minorias, pela honra, que considerou um "reconhecimento" à luta pelas vítimas e as famílias que buscam a verdade e a justiça, durante uma cerimônia virtual.


O prêmio "é o reconhecimento do BET Internacional às figuras públicas que usam sua plataforma a favor da responsabilidade social e do bem, ao mesmo tempo que demonstram um compromisso com o bem-estar da comunidade negra global", afirma o site do canal.


Antes da morte de seu irmão, Traoré estava à margem de qualquer tipo de ativismo.


Atualmente, esta mulher de 35 anos, mãe de três filhos, tem uma participação ativa no movimento de luta contra a violência policial e o racismo, que ganhou impulso após a morte de George Floyd em maio por um policial de Minneapolis.


A francesa organizou manifestações durante quatro anos, discursou em público e deu várias entrevistas para denunciar a morte de seu irmão em uma ação policial. Uma investigação sobre o caso ainda está em curso.


"Em nome de meu irmão, mudarei tudo o que eu conseguir mudar", afirmou Traoré à AFP no sábado.