Nesta sexta-feira (25), o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, condenou o "ataque deliberado" israelense que provocou a morte de três jornalistas no sul do país, que classificou como "crime de guerra".
 
"A nova agressão israelense contra jornalistas e correspondentes em Hasbaya constitui um capítulo de crimes de guerra cometidos pelo inimigo israelense, sem dissuasão nem vozes internacionais que travem o que está acontecendo. O ataque foi deliberado e teve como objetivo aterrorizar os meios de comunicação social para encobrir os crimes e a destruição", declarou Mikati.
 
Os três jornalistas mortos, que trabalhavam para o canal de televisão libanês Al- Mayadeen, estavam hospedados em um pequeno hotel na localidade de Hasbaya, que costuma receber profissionais da mídia. O carro de reportagem que estava na porta do hotel também foi destruído, relatou o Ministério da Saúde do Líbano. 
 
O ministro da comunicação libanês, Ziad Makari, também acusou Israel de ter visado propositalmente à imprensa neste ataque. "O inimigo israelense esperou que os jornalistas fizessem uma pausa durante a noite para apanhá-los dormindo. Isto foi um assassinato, após vigilância e rastreio, porque estavam lá 18 jornalistas representando sete instituições de comunicação social. Isto é um crime de guerra", afirmou Makari. 
 
Já o exército de Israel emitiu um comunicado em que não faz referências aos jornalistas, mas confirmou hoje ter realizado um ataque a um posto fronteiriço entre o Líbano e a Síria, alegando que este era explorado pelo Hezbollah para transportar armas para o país.

"Durante a noite a força aérea israelense atacou as infraestruturas terroristas do Hezbollah no posto fronteiriço de Joussieh, no norte da região de Bekaa. o ataque foi efetuado com munições de precisão para minimizar os danos causados aos civis", diz a nota, que usou o nome sírio do posto, que o Líbano designa por al-Qaa.
De acordo com o exército israelense, o grupo xiita libanês transporta esses armamentos da Síria para o Líbano pela unidade 4.400 do Hezbollah, que informou na última segunda-feira ter eliminado o comandante desta unidade num bombardeio aéreo ao seu carro em Damasco, capital síria.
 
Segundo as autoridades libanesas, a ofensiva ainda cortou a estrada, deixando somente uma passagem entre os dois países.