O atentado aconteceu quando fiéis se reuniam para o serviço do sabat, matando frequentadores do templo, antes de ser rendido pela polícia
Onze pessoas morreram em Pittsburgh, quando um homem abriu fogo em uma sinagoga nesta cidade do leste dos Estados Unidos, reportaram neste sábado (27) veículos de comunicação americanos.
O jornal The Washington Post e a emissora CBS anteciparam o novo balanço, embora por enquanto não haja cifras oficiais de mortos e feridos após o ataque, que um grupo de defesa dos direitos humanos qualificou como "provavelmente o ataque mais letal contra a comunidade judaica dos Estados Unidos".
O atentado aconteceu quando fiéis se reuniam para o serviço do sabat, matando frequentadores do templo, antes de ser rendido pela polícia.Israel classificou o tiroteio como "um terrível ataque antissemita".
"O suspeito do tiroteio está sob custódia, temos muitas vítimas dentro da sinagoga, três policiais foram atingidos", disse um porta-voz da polícia à mídia local.
Um porta-voz da polícia disse que três policiais foram baleados antes que o atirador fosse levado sob custódia.
A polícia ainda estava revistando o templo e seus arredores. Não foram confirmados os motivos do ataque nem a identidade do suspeito.
A congregação da Árvore da Vida estava lotada de pessoas reunidas por ocasião do serviço religioso do sabat judaico.
Imagens de TV mostravam uma equipe da SWAT, da polícia e ambulâncias na área.
"Há várias baixas", disse o comandante da polícia Jason Lando ao Pittsburgh Post-Gazette.
No Twitter, o presidente Donald Trump reagiu à notícia comentando que o tiroteio aparentemente foi "muito mais devastador do que qualquer um pensava originalmente".
Tudo começou pouco depois das 10h (horário local), quando a polícia local emitiu um alerta pedindo que os moradores da região ficassem em casa em função de "um atirador ativo" perto da sinagoga.
"Há um atirador na área de Wilkins e Shady, evite o bairro", informou o departamento de Segurança Pública da cidade, que enviou as forças policiais para o local.
A Agência Federal de Controle de Armas, Tabaco e Explosivos, a ATF, anunciou também o envio de agentes especiais.
Entrincheirados
Uma mulher no local disse à CNN que sua filha estava com outras pessoas que desceram as escadas do templo e se entrincheiraram no porão da sinagoga depois de ouvirem tiros.
"Eles estão seguros, mas continuam ouvindo tiros", contou à rede de notícias.
"Estou muito triste, não sei o que dizer a vocês (...) isso não deveria acontecer em uma sinagoga", declarou o presidente da Federação Judaica de Pittsburgh, Jeff Finkelstein também à CNN.
(foto: JEFF SWENSEN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)
A polícia de Nova York disse que está reforçando a segurança em locais de culto na cidade com patrulhas adicionais.
O ataque ocorreu no bairro de Squirrel Hill em Pittsburgh, o centro histórico da comunidade judaica naquela cidade do nordeste dos Estados Unidos.
"Como resultado desta tragédia, devemos nos unir e tomar medidas para evitar essas tragédias no futuro, e não podemos aceitar essa violência como algo normal", tuitou o governador da Pensilvânia, Tom Wolf, acrescentando que disponibilizou todos meios necessários para os primeiros socorros das vítimas.
Ódio nos EUA
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou sua solidariedade aos Estados Unidos e às vítimas do "horrível ataque antissemita" em uma sinagoga.
"Nós nos solidarizamos com a comunidade judaica em Pittsburgh e nos solidarizamos com o povo americano diante dessa terrível violência antissemita", disse Netanyahu em um vídeo publicado em sua conta no Twitter.
Trump, por sua vez, também criticou o que chamou de "ódio nos Estados Unidos".
"É uma coisa terrível o que está acontecendo com o ódio em nosso país, francamente, e em todo o mundo", disse Trump a repórteres ao sair para uma série de atos de campanha em Indiana e Illinois.
"Algo tem que ser feito", disse o presidente. "Quando as pessoas fazem isso, devem receber a pena de morte."
"Nós esperamos informações sobre um tiroteio na Sinagoga de Pittsburgh + Árvore da Vida. Orem pelos mortos, feridos, todas as famílias afetadas, e pelos nossos corajosos primeiros socorros", tuitou o vice-presidente Mike Pence.
"Meu coração está sangrando após a notícia vinda de Pittsburgh, a violência deve parar", escreveu a primeira-dama, Melania Trump, na rede social.
A filha do presidente americano, Ivanka Trump, que se converteu ao judaísmo, condenou o ataque. "Os Estados Unidos são mais fortes do que os atos de um fanático perverso e antissemita", publicou no Twitter.
"Todos os bons americanos apoiam o povo judaico e se opõem aos atos de terror, e compartilham do horror, desgosto e indignação pelo massacre em Pittsburgh. Devemos nos unir contra o ódio e o mal ", acrescentou.
Este foi o mais recente incidente com tiroteio nos Estados Unidos, onde homens armados costumam causar mortes em massa e as armas de fogo estão ligadas a mais de 30 mil mortes por ano.