A Arábia Saudita reiterou nesta quinta-feira (14), na ONU, que não autoriza uma investigação internacional independente sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, e afirmou que seu sistema judicial é perfeitamente capaz de julgar os culpados.
Bandar Al Aiban, que dirige a comissão de direitos humanos da Arábia Saudita, declarou perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra que o seu país tem adotado todas as "medidas necessárias para resolver este odioso crime".
Ele acrescentou que os pedidos para "internacionalizar" a investigação "supõem uma interferência em nossos assuntos internos".
Al Aiban foi convocado a apresentar as respostas de seu país às recomendações feitas em novembro pelo Conselho da ONU, ocasião em que Riad foi duramente criticada pelo assassinato do jornalista, um opositor do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.
Na semana passada, 36 países lançaram um chamado ante a ONU para exigir de Riad uma investigação "rápida e exaustiva" do crime cometido em 2 de outubro no consulado de seu país em Istambul.
O assassinato do jornalista, colaborador do jornal "The Washington Post", cujo corpo ainda não foi encontrado, causou indignação internacional e prejudicou profundamente a imagem da Arábia Saudita, e em especial a do príncipe herdeiro.
Al Aiban declarou ao conselho que a maioria das recomendações já estava garantida pela Constituição saudita.
A Arábia Saudita não pode aceitar especialistas internacionais, porque "é um país soberano", concluiu Al Aiban.