Opera Mundi - Após permanecer com as fronteiras fechadas por quase dois anos para controlar o novo coronavírus, o governo de Cuba reabre nesta segunda-feira (15/11) a ilha para o turismo, um dos principais setores da economia cubana que foi também um dos mais afetados pela pandemia.

Com o avanço da imunização no país, que atinge mais de 70% das pessoas até o momento, sendo todas as vacinas aplicadas fruto de projetos nacionais, desenvolvidas e produzidas no país, Cuba planejou reabrir suas fronteiras ao turismo internacional.

Aeroportos e hotéis devem estar preparados para receber os primeiros viajantes nessa nova fase da pandemia na ilha. A previsão é que mais de 400 voos semanais aterrissem em território cubano a partir da próxima semana, segundo o ministro do Transporte de Cuba, Eduardo Rodríguez Dávila. Até então, o país estava recebendo apenas 63 voos por semana.

Há dois meses, quando a reabertura começava a se desenhar nos planos do governo, o ministro do Turismo, Juan Carlos García Granda, lembrou que o reinício das atividades do Turismo iria impulsionar os empregos estatais e também promover atividades de trabalhadores autônomos na ilha. “Esta nova etapa não é apenas sobre a economia, mas também sobre o bem-estar da população e a promoção de um ‘novo normal’ no país'', disse na ocasião.

Isso porque não é apenas o turismo em si que movimenta a economia cubana, mas também a indústria nacional do país que fornece grande parte da matéria-prima e dos insumos utilizados nos centros hoteleiros do arquipélago. 

Para o cônsul-geral de Cuba em em São Paulo, Pedro Monzón, o turismo é "fundamental" para o país, servindo para "autofinanciar e crescer o setor" em Cuba. "Assim como, serve para manter o sistema de saúde, a educação e outros pontos sociais que caracterizam nosso país", disse a Opera Mundi em entrevista na última terça-feira (09/11).


A preparação para a retomada das atividades turísticas incluíram a organização do setor não estatal com aluguel de casas, a negociação com companhias aéreas e operadoras de turismo, e o estabelecimento de novas normas de segurança sanitária nesta nova fase, com a ampliação de aeroportos e a averiguação da capacidade de locais públicos e turísticos, como hotéis, restaurantes e museus, em receber um maior número de pessoas.

O governo também prevê para o mês de novembro que ao menos 90% da população esteja com o esquema vacinal completo contra a covid-19, e os trabalhadores do setor de turismo recebam uma dose de reforço.

Na reabertura, quando a oferta de turismo for restabelecida, também será eliminada a necessidade de realização do teste RT-PCR para pessoas vacinadas que irão passar pela fronteira, sendo necessária a apresentação do passaporte sanitário ou certificado internacional de vacinação.