O primeiro satélite totalmente brasileiro, Amazônia 1, foi lançado na manhã deste domingo(28) na Índia. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemorou o "sucesso do lançamento do Amazônia 1, realizado às 01h54, (04h54 GMT) deste domingo no Centro Espacial Satish Dhawan, em Sriharikota, Índia". O INPE, com sede em São José dos Campos, interior de São Paulo, é responsável pelo programa de vigilância por satélite Amazônia Legal, principal instrumento de rastreamento do desmatamento.

O Amazônia 1 será o terceiro satélite a atuar para o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e terá entre suas funções a observação e o monitoramento da devastação na Amazônia brasileira. "O Amazônia 1 fornecerá imagens para o monitoramento ambiental e da agricultura em todo o território brasileiro (...) Servirá ainda para o monitoramento da região costeira, reservatórios de água, desastres ambientais, entre outras aplicações", informou o INPE que trabalhou durante oito anos no desenvolvimento do satélite nacional.

O Amazônia 1 foi enviado para a Índia em dezembro de 2020. Com peso de 637 quilos e comprimento de 44,4 metros, o satélite de observação da Terra vai gerar imagens do planeta a cada 5 dias. O satélite tem "capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta", explicou o INPE. "Produção nacional, desenho nacional, indústria nacional", comemorou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, nas redes sociais, às vésperas do lançamento.

A floresta amazônica brasileira perdeu 8.426 km2 em 2020 devido ao desmatamento. Embora tenha sido 8% menor que no ano anterior, o número continua preocupante para os especialistas, que questionam a política ambiental do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro. A área desmatada é cinco vezes maior que a da cidade de São Paulo, a maior da América Latina, segundo dados totalizados pelo INPE, com base em observações de satélites.