SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A cantora Ludmilla, 25, está sendo denunciada pelo deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim (PSL) por uma possível apologia às drogas por causa das músicas "Não Encosta" e "Verdinha".
 
O processo corre no 8º Juizado Especial Criminal (Antiga 13ª Vara Criminal) e foi visualizado por meio da página do Tribunal de Justiça do Rio.

Em entrevista à colunista Fábia Oliveira, Amorim disse que a ideia do processo não é desmoralizar o funk, até porque, segundo ele, o gênero é um patrimônio do Rio. Mas ele se diz contra qualquer estilo musical "que exalte a droga, o banditismo e marginais exibindo armas".

"Não posso compactuar com isso e achar que é normal e até bonito ver meu filho e outras crianças ouvindo esse tipo de letra, que os incentivam a usar drogas ou falam que o crime é legal", disse.

O processo corre em primeira instância e ainda cabe recursos.

DEFESA DE LUDMILLA

Procurada, a assessoria de imprensa da cantora Ludmilla afirma que desconhece o caso. "Informamos que a cantora Ludmilla não foi intimada a prestar esclarecimentos à Justiça em relação ao referido processo que o deputado Rodrigo Amorim estaria movendo contra a mesma, portanto desconhecemos qualquer investigação em seu nome.

Recentemente, a cantora teve de lidar com outro transtorno: ela voltou a ser vítima de ataques racistas nas redes sociais. Ela mesma denunciou o caso antes de deletar suas contas no Instagram e no Twitter. "Estou tirando print de tudo, porque isso é crime, e eles vão pagar, um por um", afirmou.

Antes de desativar suas contas, a cantora fez um post mostrando alguns ataques e disse que eles são frequentes. "Vocês não têm noção do que eu passo com essas pessoas. São 24 horas por dia de comentários racistas em todas as minhas postagens", desabafou ela.

Os fãs da cantora usaram as redes sociais para expressar apoio, e a hashtag estamos com você Ludmilla se tornou uma das mais compartilhadas na manhã de sábado (19). "Ludmilla é uma mulher linda e merece respeito", afirmou uma internauta. "Nossa cor, nossa voz, nossa história deve ser valorizada", disse outra.

Em junho, Ludmilla já tinha sido vítimas de ataques racistas, também nas redes sociais. "O povo preto é potência e resistência. O racismo criminoso é uma tentativa de tirar nossa humanidade. Só que a gente não vai se calar e não vai abaixar a cabeça", afirmou a cantora na ocasião.