Num mundo onde as pessoas vivenciam trabalho intenso, correria, relações pessoais conturbadas ou efêmeras, a escritora Leila Ferreira sugere um caminho oposto, na busca por uma leveza no espírito. “Viver sempre foi um esporte radical, a vida não é fácil pra ninguém. Costumo dizer que viver é pra profissionais, não é para amadores. Mas dentro de tudo que a vida nos impõe, existe uma margem de manobra. Tem que se viver um pouco mais com leveza, tirar um pouco esse peso interior que a gente vem carregando”, afirma a escritora.
Esse é um dos recados que ficam para o leitor do último livro da escritora, “O Amor Que Sinto Agora”. Nesta obra, Leila mistura realidade e ficção ao lidar com a morte da mãe, há seis anos. O ponto de partida é uma carta escrita pela mãe e guardada por um tempo. Há dois anos, veio o desejo de lê-la novamente, respondê-la e transformá-la num romance.
Ali são repassadas as dores de toda uma família. Temas difíceis, como violência e depressão, perpassam os textos da protagonista. “Escrever esse livro foi uma forma de lidar com o sofrimento, não queria condenar isso ao silêncio. O silêncio estava doendo mais do que qualquer coisa. Escrever foi uma forma de dar voz a esse sofrimento e com isso deixar o espírito mais leve”, diz Leila.
“O que a gente vive de mais pesado e doloroso pode ser matéria-prima para crescer como seres humanos. Diante do sofrimento você tem duas opções: se coloca como vítima ou arregaça as mangas e tenta entender o papel do sofrimento na sua vida”, completa.
A construção do novo livro, o amor pela literatura, o trabalho como escritora e temas referentes à contemporaneidade estiveram presentes na entrevista concedida nesta quinta-feira (13) ao programa “Minas”, da TV Promove. O bate-papo com a apresentadora Cassia Torres deve ir ao ar em outubro pela TV Promove e pelo Canal Universitário.