Ativista do direito dos animais, o ex-beatle Paul McCartney chamou de "medievais" os mercados públicos chineses onde são vendidos animais vivos para o consumo. O músico associou esse lugares à disseminação do novo coronavírus, comparando-os com bombas atômicas que afetam o mundo inteiro. 

Os "mercados úmidos", como são chamados, fazem parte da cultura de muitos países asiáticos. Embora ainda não comprovada, a origem do novo coronavírus foi relacionada por pesquisadores ao mercado de Wuhan, na China, a partir do consumo da carne de morego ou pangolim. A cidade foi o epicentro da doença no país, apresentando os primeiros casos da Covid-19 em dezembro do ano passado. 

Em entrevista Howard Stern em seu programa de rádio na SiriusXM, o ex-beatle criticou o hábito dos chineses em relação a consumo desses animais. “Realmente espero que o governo chinês diga: ‘OK, pessoal. Nós realmente precisamos ser super higiênicos por aqui. Vamos encarar, é verdade. É um pouco medieval comer morcegos'”, disse o ex-beatle, que há décadas é adepto ao veganismo.

Na semana passada mais de 200 grupos de defesa dos animais, em todo o mundo, assinaram uma carta aberta pedindo o fechamento dos mercados úmidos à Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando os riscos que o consumo da carne selvagem pode acarretar à saúde pública. 

“Acho que faz muito sentido. Eles podem, muito bem, estar lançando bombas atômicas e afetando o mundo inteiro”, disse McCartney sobre os perigos que rondam os mercados úmidos. “As pessoas vão dizer que eles fazem isso desde sempre. Mas foi assim com a escravidão também. Você precisa mudar as coisas em algum momento", completou o músico, antecipando-se às críticas por seus comentários. 

O ex-beatle comparou a crise global, causada pelo coronavírus, a uma guerra. “Já vimos várias formas de crise, mas nada que afetou todos no mundo ao mesmo tempo. É assustador. Minha mãe e meu pai enfrentaram a II Guerra Mundial e o espírito que eles mostraram foi: vamos seguir em frente, fazer o necessário e tentar ser feliz. É o que precisamos agora. E é isso que estamos vendo agora, muitas pessoas estão se unido. É inspirador”, completou McCartney.