array(31) {
["id"]=>
int(116990)
["title"]=>
string(71) "Sem jogos, árbitros mineiros precisam se desdobrar para garantir renda"
["content"]=>
string(5167) "Os campos de terra de Minas Gerais se tornaram a “segunda casa”, nos fins de semana, de Antônio Carlos Barbosa, de 36 anos. Há um ano e meio, ele concilia a função de árbitro amador da Federação Mineira de Futebol (FMF) com a loja de chaves e manutenção para celulares que tem no Bairro São Paulo, Região Leste de Belo Horizonte. Nos últimos dias, porém, a rotina de viagens pelo interior, estádios pequenos e gramados irregulares deu uma pausa, diante da suspensão de eventos esportivos para evitar aglomeração de pessoas e, consequentemente, a disseminação da COVID-19. Com a paralisação do futebol, a renda do árbitro também diminuiu, uma preocupação a mais nesse período de pandemia.
Antônio Carlos apitou em várias cidades, como Brumadinho, Ravena Nova Lima, Ubá e Sabará. Recebe, em média, R$ 150 por partida, mas, quando há rodada dupla nas tardes de domingo, o cachê aumenta para R$ 225. Nos meses mais movimentados, chegou a receber R$ 1 mil. No entanto, vem sofrendo com os efeitos da crise econômica, que atingiu também diversos setores no Brasil.
Ainda foi prejudicado pelo decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil, proibindo o funcionamento de lojas, bares e restaurantes. “Por causa do coronavírus, ficamos muito afetados. O cachê de árbitro complementa muito meu ganho mensal. Tenho alguns compromissos e contava com essa taxa para colocar tudo em ordem”, afirma Antônio Carlos, que relata cenário ainda pior de alguns colegas de profissão: “Muitos árbitros vivem dessa taxa. Acredito que deva estar um caos para todos com o fim dos jogos”.
Se os árbitros do estado passam dificuldade, aqueles que pertencem ao quadro da CBF e da Fifa terão a ajuda de uma taxa de jogo durante a pandemia. O valor a ser recebido será definido segundo a categoria em que o juiz tiver apitado em 2019. Integrante do quadro da CBF que tenha conduzido uma partida de Série A, por exemplo, receberá R$ 3,6 mil – os do quadro da Fifa embolsarão R$ 5 mil. O de Série B ganhará R$ 2,6 mil, enquanto os da séries C e D terão ajuda de R$ 1,4 mil e R$ 975, respectivamente. O pagamento será efetuado neste mês.
Em Minas, a FMF estuda uma forma de recompensar os árbitros amadores e os do quadro estadual no período em que estiverem parados. “Contamos com cerca de 150 árbitros amadores e da própria entidade. Conversei com o presidente (da FMF), Adriano Aro, e ele espera um suporte da CBF para ajudar a nossa federação, que passa por problemas financeiros, já que os campeonatos estão paralisados. Se tivermos essa ajuda, não mediremos esforços para ajudar os árbitros”, garante o presidente da comissão de arbitragem da FMF, Juliano Lopes Lobato.
Enquanto o auxílio não é consolidado, o Sindicato dos Árbitros de Minas Gerais passou a distribuir cestas básicas aos que dependem exclusivamente do pagamento recebido por partida.
Saúde
Os ganhos mensais dos árbitros não são fixos, dependendo do número de jogos apitados nos meios e fins de semana. Felipe Soares Rios, de 37, há cerca de duas décadas vive essencialmente do apito na várzea e nas categorias de base. Na melhor das hipóteses, chega a trabalhar em seis jogos por mês, recebendo de R$ 150 a R$ 400 por partida. Sem calendário, complementa sua renda com o trabalho de motoboy, nos serviços de delivery.
Apesar da perda, ele considera que zelar pela vida também é importante nesta grave pandemia: “Para nós que vivemos basicamente do futebol, o efeito é grande com a falta de jogos. A questão financeira é muito importante, porque ninguém consegue viver sem receita. Mas tem a questão de preservar a saúde da nossa família, o que é essencial neste momento”.
Já o assistente Marcos Vinícius Moura, de 27, que trabalha há três anos em jogos de base e amadores, seguirá seu dia a dia no trabalho de funcionário público em Nova Lima. Mesmo não dependendo muito da taxa de arbitragem, ele afirma que a paralisação dos torneios trouxe prejuízo: “Se você não apita, não ganha. Até consigo driblar um pouco a situação, pelo fato de ter outro trabalhar, mas é complicado”.
"
["author"]=>
string(28) "Roger Dias / Estado de Minas"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(563688)
["filename"]=>
string(12) "arbritos.jpg"
["size"]=>
string(5) "15076"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(18) "politica/esportes/"
}
["image_caption"]=>
string(183) "Antônio Carlos Barbosa viu a renda cair com a suspensão das partidas e a proibição de funcionamento da loja que possui no Bairro São Paulo (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(194) "Juízes que atuam no futebol amador aguardam ajuda da Federação Mineira de Futebol para repor perdas financeiras com a suspensão de campeonatos
"
["author_slug"]=>
string(26) "roger-dias-estado-de-minas"
["views"]=>
int(68)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(69) "sem-jogos-arbitros-mineiros-precisam-se-desdobrar-para-garantir-renda"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(432)
["name"]=>
string(8) "Esportes"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#3f5206"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "esportes"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(432)
["name"]=>
string(8) "Esportes"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#3f5206"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "esportes"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-04-04 18:20:03.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-04-04 18:20:03.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2020-04-04T18:10:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(30) "politica/esportes/arbritos.jpg"
}
Os campos de terra de Minas Gerais se tornaram a “segunda casa”, nos fins de semana, de Antônio Carlos Barbosa, de 36 anos. Há um ano e meio, ele concilia a função de árbitro amador da Federação Mineira de Futebol (FMF) com a loja de chaves e manutenção para celulares que tem no Bairro São Paulo, Região Leste de Belo Horizonte. Nos últimos dias, porém, a rotina de viagens pelo interior, estádios pequenos e gramados irregulares deu uma pausa, diante da suspensão de eventos esportivos para evitar aglomeração de pessoas e, consequentemente, a disseminação da COVID-19. Com a paralisação do futebol, a renda do árbitro também diminuiu, uma preocupação a mais nesse período de pandemia.
Antônio Carlos apitou em várias cidades, como Brumadinho, Ravena Nova Lima, Ubá e Sabará. Recebe, em média, R$ 150 por partida, mas, quando há rodada dupla nas tardes de domingo, o cachê aumenta para R$ 225. Nos meses mais movimentados, chegou a receber R$ 1 mil. No entanto, vem sofrendo com os efeitos da crise econômica, que atingiu também diversos setores no Brasil.
Ainda foi prejudicado pelo decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil, proibindo o funcionamento de lojas, bares e restaurantes. “Por causa do coronavírus, ficamos muito afetados. O cachê de árbitro complementa muito meu ganho mensal. Tenho alguns compromissos e contava com essa taxa para colocar tudo em ordem”, afirma Antônio Carlos, que relata cenário ainda pior de alguns colegas de profissão: “Muitos árbitros vivem dessa taxa. Acredito que deva estar um caos para todos com o fim dos jogos”.
Se os árbitros do estado passam dificuldade, aqueles que pertencem ao quadro da CBF e da Fifa terão a ajuda de uma taxa de jogo durante a pandemia. O valor a ser recebido será definido segundo a categoria em que o juiz tiver apitado em 2019. Integrante do quadro da CBF que tenha conduzido uma partida de Série A, por exemplo, receberá R$ 3,6 mil – os do quadro da Fifa embolsarão R$ 5 mil. O de Série B ganhará R$ 2,6 mil, enquanto os da séries C e D terão ajuda de R$ 1,4 mil e R$ 975, respectivamente. O pagamento será efetuado neste mês.
Em Minas, a FMF estuda uma forma de recompensar os árbitros amadores e os do quadro estadual no período em que estiverem parados. “Contamos com cerca de 150 árbitros amadores e da própria entidade. Conversei com o presidente (da FMF), Adriano Aro, e ele espera um suporte da CBF para ajudar a nossa federação, que passa por problemas financeiros, já que os campeonatos estão paralisados. Se tivermos essa ajuda, não mediremos esforços para ajudar os árbitros”, garante o presidente da comissão de arbitragem da FMF, Juliano Lopes Lobato.
Enquanto o auxílio não é consolidado, o Sindicato dos Árbitros de Minas Gerais passou a distribuir cestas básicas aos que dependem exclusivamente do pagamento recebido por partida.
Saúde
Os ganhos mensais dos árbitros não são fixos, dependendo do número de jogos apitados nos meios e fins de semana. Felipe Soares Rios, de 37, há cerca de duas décadas vive essencialmente do apito na várzea e nas categorias de base. Na melhor das hipóteses, chega a trabalhar em seis jogos por mês, recebendo de R$ 150 a R$ 400 por partida. Sem calendário, complementa sua renda com o trabalho de motoboy, nos serviços de delivery.
Apesar da perda, ele considera que zelar pela vida também é importante nesta grave pandemia: “Para nós que vivemos basicamente do futebol, o efeito é grande com a falta de jogos. A questão financeira é muito importante, porque ninguém consegue viver sem receita. Mas tem a questão de preservar a saúde da nossa família, o que é essencial neste momento”.
Já o assistente Marcos Vinícius Moura, de 27, que trabalha há três anos em jogos de base e amadores, seguirá seu dia a dia no trabalho de funcionário público em Nova Lima. Mesmo não dependendo muito da taxa de arbitragem, ele afirma que a paralisação dos torneios trouxe prejuízo: “Se você não apita, não ganha. Até consigo driblar um pouco a situação, pelo fato de ter outro trabalhar, mas é complicado”.