Neto é considerado uma das joias das categorias de base do clube
Aos 16 anos, Antônio Fialho de Carvalho Neto - ou simplesmente ‘Neto’ - já treina com os profissionais do Atlético. Internamente, o discurso é de manter os pés no chão e controlar qualquer tipo de deslumbramento ou expectativa acima da média. Ao mesmo tempo, entretanto, o jovem, natural de Guanambi, interior da Bahia, é tratado como uma das principais joias da base alvinegra e recebeu elogios públicos até mesmo do técnico Levir Culpi.
“Eu gostei do Neto, já observei. Ele já está conosco. Ele é muito esperto, muito bom fisicamente, aperta muito rápido. É um jogador com boas qualidades, boas características. Tomara que ele se adapte rápido. Se ele se adaptar rapidamente, vai jogar rapidamente também. Não tem essa de esperar para colocar. Lembra do Jemerson (zagueiro que atualmente defende o Monaco, da França)? O Jemerson entrou numa decisão contra um time argentino (Lanús, na final da Recopa Sul-Americana de 2014). Se tiver qualidade, não tem problema não”, analisou o treinador.
A declaração de Levir Culpi foi dada logo após o empate por 1 a 1 com o Palmeiras, no Independência, no último domingo, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O comandante não titubeou ao elogiar Neto após ser questionado sobre o eventual aproveitamento de jogadores das categorias de base para suprir ausências de volantes na partida contra o Paraná. Titular, Adilson está suspenso por acúmulo de três cartões amarelos. Outras opções para o setor, Gustavo Blanco e José Welison seguem recuperação de problemas físicos.
Neto se tornou presença constante nos treinamentos do time profissional do Atlético. Existe a tendência, entretanto, que Adilson seja substituído por um jogador mais ‘rodado’ no duelo desta quarta-feira, às 21h (de Brasília), no Durival Britto, pela 34ª rodada da Série A. Nesse sentido, Matheus Galdezani, de 26 anos, tende a assumir a vaga. Emprestado pelo Coritiba até o fim do ano, o jogador costuma ser escalado como segundo homem do meio-campo, mas também pode atuar na função de primeiro volante.
Nada que frustre diretoria e comissões técnicas da base do Atlético. Afinal, Neto tem só 16 anos. O jovem nasceu em 11 de setembro de 2002. Ou seja: está apenas no primeiro ano da categoria juvenil (sub-17). A ascensão ao profissional é para que o volante se acostume com o ambiente e não se sinta tão pressionado quando eventualmente defender o time de cima.
O volante Neto, do Atlético, é convocado com frequência para a Seleção Brasileira sub-17
“O Neto é um atleta com idade juvenil, com 16 anos recém-completados. A gente vê muito potencial nele. Nesse primeiro momento, subiu para o profissional para adquirir um pouco mais de maturidade convivendo com os profissionais. Esta é uma ideia que temos: de que não seja uma surpresa para os garotos conviverem com os profissionais. O garoto tem que estar preparado e com convivência com os profissionais para a coisa fluir quando tiver oportunidade”, avalia o ex-atacante Marques, que atualmente acumula as funções de coordenador da base e de diretor de futebol interino do profissional.
Neto chegou às categorias de base do Atlético em março de 2015, ainda na categoria sub-13. Evoluiu no clube e passou a participar de treinos do profissional nesta temporada. Além da forte marcação - já destacada por Levir Culpi -, o jogador se caracteriza pela qualidade nos avanços ao ataque.
De acordo com o Galo Digital, que levanta informações sobre o desempenho histórico de atletas com passagem pelo clube, o jovem foi às redes 30 vezes em 63 partidas na base. A média de 0,47 gols por jogo é considerada alta para a posição e comparável à registrada por atacantes.
“A gente toma muito cuidado com esse atleta. Tem potencial para Seleção Brasileira na base, tem sido convocado com frequência. Ele tem característica de pisar bastante na área adversária. Tem força física, chute de fora da área muito bom”, elogiou Marques.
Para o dirigente, entretanto, todo cuidado é pouco. A diretoria atleticana trabalha para que Neto evolua gradativamente e saiba lidar com a pressão natural do processo de transição para o profissional, especialmente no caso de um jogador com este potencial.
“Vamos passo a passo com ele, com bastante calma, para que ele tenha um trabalho integrado, para ele ter oportunidade no momento certo. Num primeiro momento é importante isso. Trabalhamos dentro de um processo normal. Não é o momento de vangloriar. Vai evoluindo a cada dia, a cada treinamento. Tenho sempre falado para ele aproveitar cada momento nesse período com profissionais, para crescer como atleta”, completou.