Equipe contou com levantador reserva Cachopa em boa parte do confronto para se garantir na decisão neste sábado


O comentário do oposto Evandro, do Sada Cruzeiro, garantindo que o time estava 'babando' para enfrentar o Sesc-RJ denunciava a motivação dos azuis para enfrentar um algoz recente. Nesta quinta-feira, em São Paulo, foi a vez de encarar os cariocas pela Copa Brasil para tentar usar o confronto como uma espécie de revanche para a derrota sofrida há poucos dias pela Superliga masculina. O confronto, válido pelas semifinais, colocou frente a frente, os dois times de melhor campanha no cenário nacional, em uma partida decisiva.

Para ter um caminho menos sofrido rumo a mais uma final, os cruzeirenses precisariam diminuir o número de erros para pressionar o adversário, que contam com um dos elencos mais fortes do país. Mais regular e sem a sombra das falhas de arbitragem para incomodar, o time do técnico Marcelo Mendez passou por cima do seu rival com triunfo por 3 a 1 (25/17, 20/25, 25/21 e 25/23). Na final, o time vai encarar o Sesi, que venceu o Taubaté por 3 a 0 (25/22, 25/17 e 27/25). A decisão está marcada para as 21h30 de sábado, em São Paulo, e pode dar ao elenco do Barro Preto o tri do torneio nacional.

A eficiência do levantador Cachopa, a partir do segundo set, deu novo ritmo ao Cruzeiro para driblar as adversidades que apareceram. O bom aproveitamento ofensivo fez a diferença para os mineiros, que conseguiram impor um bom ritmo já no primeiro set. Sem dar pontos de graça para o Sesc nos serviços, o Cruzeiro fez seu jogo fluir a cada virada de bola, minando a defesa do outro lado que tinha dificuldades para segurar o arsenal celeste. A recepção carioca se colocou em apuros, impedindo que as jogadas de velocidade, uma das suas principais armas, funcionasse como desejado. O bloqueio bem postado anulou bem as opções que insistiam em aparecer do outro lado.

No segundo set, o Sesc conseguiu equilibrar as ações contando com erros do Cruzeiro, que foi prontamente castigado pelas oscilações que apresentou. O passe não saía e, com o side-out comprometido, a distância no placar foi sendo aberta a favor do time do Rio de Janeiro. Sete pontos de vantagem deixaram o Sesc com boa margem no placar rumo ao empate. Os desacertos seguidos na parte defensiva do Sada Cruzeiro deixaram distante o caminho para uma reviravolta na parcial.

A reação esboçada pelo Cruzeiro no final do segundo set, com a presença de Cachopa, fez o levantador reserva ser mantido no time o terceiro set. Distribuindo melhor as jogadas e fazendo o time ter um outro ritmo na armação, o jogador justificou sua presença, colocando dúvidas nas marcações do Sesc, que pouco foram exigidas na parcial anterior. O aperto que o bloqueio celeste voltou a ter teve um resultado quase que imediato para fazer uma pequena e importante vantagem de quatro pontos aparecer no 10 a 6. Com o Sesc esquecendo boa parte do que havia feito no segundo set, o Cruzeiro se aproveitou para reencontrar o bom momento e voltar a estar na frente.

Antes mesmo da bola subir no quarto set, um cartão vermelho para Leal estampou o clima de rivalidade e decisão. Sem se deixar abater pela advertência, o Cruzeiro tratou de focar em tentar desempenho seu melhor vôlei. Em um momento de definição, a partida teve seu momento de maior equilíbrio com as trocas de pontos sendo constantes do início ao fim. Com o empate persistindo até os últimos instantes, foi no detalhe que a definição de presença ou não de tie-break apareceu. Preciso nas viradas de bola nas horas mais importantes, os mineiros não deram chances para serem surpreendidos, garantindo-se em mais uma decisão, comprovando sua fama de sempre estar presente nas horas mais decisivas dos torneios que participa.

Escalações

Sada Cruzeiro: Uriarte, Evandro, Simon, Isac, Filipe, Leal e Serginho. Entraram: Cachopa, Alemão. Técnico: Marcelo Mendez

Sesc-RJ: Thiaguinho, Renan, Maurício Souza, Barreto, Japa, Maurício Borges e Brendle. Entraram: Everaldo, PV, Levi, Alexandre. Técnico: Giovane Gávio