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Ambos foram ao Paraguai para fazer ações publicitárias e apresentaram passaportes em que afirmavam ser paraguaios naturalizados. As autoridades não os prenderam de imediato, mas tiveram prisões preventivas na suíte de um hotel no dia seguinte. Desde então, tiveram o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça paraguaia. Além dos irmãos, foram presos o brasileiro Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, sob a acusação de fornecer os passaportes falsos, além de duas paraguaias que teriam ligação com o caso.
Para passar o tempo na prisão, Ronaldinho tem distribuído autógrafos e feitos peladas ao lado de outros presos no Paraguai. O ex-craque tem falado com sua mãe, D. Miguelina, todos os dias por telefone, e – de acordo com a imprensa paraguaia –, tem trabalhado numa marcenaria desde o início na semana dentro da penitenciária. Ele não conseguiu liberação ao menos para passar seu aniversário fora do presídio, já que a Justiça paraguaia temeria fuga do astro e do irmão, impedindo que as investigações sejam feitas de forma mais clara. Ainda que a ameaça do coronavírus tenha prejudicado várias viagens internacionais pelo mundo, amigos do ex-jogador prometem visitá-lo em Assunção para cumprimentá-lo pelo aniversário.
Se o moral de Ronaldinho foi posto em desconfiança no Paraguai, o ex-jogador mantém no Brasil o respeito dos fãs e amigos. Em Belo Horizonte, ele atuou de junho de 2012 a julho de 2014 pelo Atlético, sendo protagonista dos títulos inéditos da Copa Libertadores’2013 e da Recopa’2014 e elevando a marca do clube pelo mundo. A saga no Galo foi praticamente a última em que o pentacampeão mundial atuou em alto nível. Depois de deixar Minas, ele passou sem brilho pelo Querétaro-MEX e pelo Fluminense, até anunciar a aposentadoria no ano passado, em comunicado feito por Assis.
Segundo o ex-ponta-esquerda Éder Aleixo, hoje auxiliar técnico de Jorge Sampaoli no Galo, a história bonita deixada por R10 não vai se apagar: “É um ídolo que marcou o Atlético em todos as situações. Se tornou um grande marco para o clube, porque deu um título importante. Independentemente dessa situação, é um jogador que sempre admirei. Um craque do nosso país. Lamento essa situação dele hoje. Porque pelo pouco convívio, sempre o achei uma pessoa que não faz mal a ninguém. É algo desagradável o que ele está passando”.
A vinda do astro para BH ocorreu sem badalação. Na montagem da equipe para o Brasileiro, Cuca havia indicado o jogador ao presidente Alexandre Kalil, depois que ele deixou o Flamengo via Justiça. O então treinador já havia atuado com Assis nos tempos de Grêmio e imediatamente ligou para o empresário. Kalil e o diretor de futebol Eduardo Maluf viajaram para Porto Alegre para conversar com o jogador e, depois de reunião que durou horas, fechou a contratação. Em baixa, o jogador assinou compromisso por seis meses, recebendo R$ 300 mil mensais, seis vezes menos que ganhava no Flamengo.
No início de março, R10 e Assis foram flagrados com passaportes falsos no Paraguai e presos
(Foto: Norberto DUARTE/AFP - 7/3/20)
O certo é que Ronaldinho deixou saudade nos tempos em que jogou em Minas. Dentro ou fora do Independência, todos os jogos do Atlético recebiam grandes públicos para ver o craque em ação. O Atlético se beneficiou da passagem do astro pela capital mineira para consolidar o programa Galo na Veia, que no começo preencheu totalmente sua categoria mais expressiva, garantindo mais de R$ 1 milhão por temporada.
Companheiro de R10 na conquista da Libertadores, o zagueiro Réver considera que o astral positivo do ex-armador foi um diferencial para seu sucesso no Galo: “O Ronaldinho dispensa comentários. É um gênio da bola, com quem tive a honra de jogar junto. Conquistamos importantes títulos com a camisa do Galo. A participação dele foi fundamental, não somente com suas atuações, mas com sua liderança e seu espírito de grupo. Nunca vi o R10 triste. Isso motiva o grupo inteiro. Eu sou muito grato por ter jogado ao lado dele. Acredito que o Atlético também tenha alcançado outro patamar desde que ele esteve conosco”.
Depois de 2012 e 2013 vitoriosos sob o comando de Cuca, R10 caiu de rendimento pelo Galo na temporada seguinte. Ele não encantou a torcida nos primeiros jogos com Paulo Autuori como treinador. E, depois da demissão de Autuori e da contratação de Levir Culpi, o camisa 10 foi perdendo terreno aos poucos na Cidade do Galo. Levir não concordava com as regalias que o jogador tinha no dia a dia e teve interferência direta no rompimento de contrato com o atleta em 28 de julho daquele ano. Dias antes, fez seu último jogo pelo clube, assegurando o título da Recopa diante do Lanús, no Mineirão. Pelo Galo, foram 27 gols em 85 jogos.
Amigo de R10 desde que ele atuou pelo Galo, Roberto Ferreira, que hoje faz parte do estafe que trabalha com o empresário Giuliano Bertolucci, torce para que o ex-jogador possa solucionar seu problema o quanto antes: “Conheci o Ronaldinho através do Leandro Donizete, que o apresentou no CT. Já era amigo do Assis, mas o Ronaldinho é nota 1.000. Para ele, não há diferença entre rico e pobre, pois ele trata todos com muita atenção, do mesmo jeito. Infelizmente, ele está passando por esse problema, que eu acredito ser um mal-entendido. Tudo será resolvido e ele vai voltar para casa em breve”.
Para o artista plástico Camaleão, também amigo e caricaturista do astro, a passagem do jogador levou o Atlético a um novo rumo no futebol sul-americano: “Sou cruzeirense, mas vejo muito atleticano falar que ele chegou e mudou a história do Atlético. Ele projetou o clube mundialmente e virou ídolo da torcida. Um dia, brincando na casa dele, disse que ele poderia ter passado pelo Cruzeiro também. Ele brincou: ‘Eu fui para o Atlético, mas deixei meu filho no Cruzeiro’”.
Histórico de polêmicas
Que Ronaldinho é um dos maiores astros que o mundo da bola já presenciou, ninguém duvida. Mas, ao mesmo tempo em que viveu carreira vitoriosa, ele apareceu nos holofotes devido à muitas confusões. O ex-jogador já havia tido seu passaporte confiscado pela Justiça Brasileira em 2015, por não pagar uma multa de R$ 8,5 milhões depois de ser culpado num crime ambiental – em 2015, Ronaldinho Gaúcho e Assis Moreira foram condenados por construir sem licenciamento um trapiche, com plataforma de pesca e atracadouro, na orla do Rio Guaíba, em Área de Preservação Permanente, na capital gaúcha.
Talentoso e vencedor dentro das quatro linhas, Ronaldinho mantinha uma vida agitada fora dos gramados. Em Lagoa Santa, onde vivia, constantemente organizava festas com música alta (samba) e vários convidados. “As festas começavam cedo e só paravam de madrugada. Muitas vezes, quando o movimento terminava, percebíamos que ele tomava rapidamente um banho e depois ia para o Atlético treinar. Quase todo fim de semana era assim”, conta um ex-vizinho do condomínio do astro, que pediu para não ser identificado.
As próprias saídas pelas portas dos fundos do Grêmio em 2001 e do Flamengo em 2012 marcaram negativamente a carreira brilhante do astro, tornando-o um desafeto das duas torcidas. No clube pelo qual foi revelado, Ronaldinho recusou renovação do vínculo no começo do século e, às escondidas, assinou pré-contrato com o Paris Saint-Germain, em sua primeira oportunidade de atuar na Europa. No Fla, conseguiu liberação na Justiça Trabalhista depois que os cariocas deixaram de pagar salários e premiações em dia. No Galo, se envolveu em polêmicas por ter se atrasado à concentração em 2012, mas ele teve o suporte dos companheiros para evitar que o então presidente, Alexandre Kalil, o mandasse embora precocemente.
Curiosidades do craque no galo
Craque no dominó
Além do samba e do futevôlei, uma das paixões de Ronaldinho é o jogo de dominó. Em sua casa em Lagoa Santa, ele reunia vários amigos durante a noite para bater papo, tomar uma cerveja e praticar o jogo. Segundo vários amigos, R10 é craque no dominó assim como é na bola.
Invencível no Horto
Ronaldinho jogou mais de dois anos pelo Atlético no Independência e não foi derrotado. Em 41 jogos, foram 31 vitórias e 10 empates, com 17 gols marcados. Sua melhor atuação ocorreu num dia triste para o astro: ele fez seu único hat-trick nos 6 a 0 sobre o Figueirense, em 6 de outubro de 2012, no dia em que seu padrasto morreu em Porto Alegre.
Agitação em Teófilo Otoni
Com a camisa do Atlético, Ronaldinho jogou apenas uma vez em gramados do interior pelo Campeonato Mineiro. Em 20 de março de 2013, a ida astro a Teófilo Otoni para o confronto com o América-TO foi uma exigência da diretoria do Dragão para remanejar a data do jogo – o Galo teria viagem pela Libertadores dias depois. Por causa da presença do craque, o Estádio Nassri Mattar teve público máximo (5 mil) e renda superior a R$ 150 mil. O camisa 10 marcou na vitória alvinegra por 2 a 0.
Fã de MMA
Pessoas mais próximas dizem que ele é apaixonado em MMA (lutas marciais mistas). Em 2012, compareceu ao hotel onde se hospedaram vários lutadores que participaram do UFC, no Mineirinho. Um de seus melhores amigos é Júnior Cigano.
Craque na Serra
Em sua melhor fase pelo Galo, Ronaldinho causou alvoroço no Aglomerado da Serra em 2013. Na companhia do sambista Ederson Melão, seu amigo pessoal, ele conheceu a comunidade, distribuiu autógrafos e soltou pipa com os garotos durante uma tarde de folga. No ano passado, R10 participou de um clipe com o músico, fazendo participação especial na música Serra minha terra preferida.
Perdão de Kalil
Um dos momentos mais tensos de R10 pelo Atlético foi durante a preparação para o jogo contra o Vasco, em agosto de 2012. Ronaldinho chegou atrasado na concentração e foi tirado da partida por ordem do então presidente, Alexandre Kalil. A confusão se complicou e o jogador afirmou que não jogaria mais pelo clube. Porém, líderes do time, como Victor, Réver e Pierre, conversaram com o dirigente e o fizeram voltar atrás.
Sonho de mãe realizado
Para o ex-armador, ter conquistado a Libertadores de 2013 não atendeu apenas ao desejo da torcida do Atlético, antes carente por títulos de expressão. O título realizou um sonho pessoal de sua mãe, D. Miguelina, que queria ver o filho complicar a trinca de títulos importantes na carreira de um atleta: Copa do Mundo, Liga dos Campeões e Libertadores. Inicialmente, ela queria que o astro vencesse pelo Grêmio, mas adotou o Atlético como segundo clube do coração, principalmente depois que a torcida a abraçou durante a cura de um câncer.
Acordo com vendedora
O craque se envolveu numa batida de carro com a vendedora Conceição Severo Chaves, então com 71 anos, em novembro de 2012, em Lagos Santa. Ronaldinho aceitou indenizar a vítima com a compra de um novo carro popular para ela, evitando que o caso ganhasse maior repercussão. O acordo só foi feito em meados de 2014.
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Para passar o tempo na prisão, Ronaldinho tem distribuído autógrafos e feitos peladas ao lado de outros presos no Paraguai. O ex-craque tem falado com sua mãe, D. Miguelina, todos os dias por telefone, e – de acordo com a imprensa paraguaia –, tem trabalhado numa marcenaria desde o início na semana dentro da penitenciária. Ele não conseguiu liberação ao menos para passar seu aniversário fora do presídio, já que a Justiça paraguaia temeria fuga do astro e do irmão, impedindo que as investigações sejam feitas de forma mais clara. Ainda que a ameaça do coronavírus tenha prejudicado várias viagens internacionais pelo mundo, amigos do ex-jogador prometem visitá-lo em Assunção para cumprimentá-lo pelo aniversário.
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Segundo o ex-ponta-esquerda Éder Aleixo, hoje auxiliar técnico de Jorge Sampaoli no Galo, a história bonita deixada por R10 não vai se apagar: “É um ídolo que marcou o Atlético em todos as situações. Se tornou um grande marco para o clube, porque deu um título importante. Independentemente dessa situação, é um jogador que sempre admirei. Um craque do nosso país. Lamento essa situação dele hoje. Porque pelo pouco convívio, sempre o achei uma pessoa que não faz mal a ninguém. É algo desagradável o que ele está passando”.
A vinda do astro para BH ocorreu sem badalação. Na montagem da equipe para o Brasileiro, Cuca havia indicado o jogador ao presidente Alexandre Kalil, depois que ele deixou o Flamengo via Justiça. O então treinador já havia atuado com Assis nos tempos de Grêmio e imediatamente ligou para o empresário. Kalil e o diretor de futebol Eduardo Maluf viajaram para Porto Alegre para conversar com o jogador e, depois de reunião que durou horas, fechou a contratação. Em baixa, o jogador assinou compromisso por seis meses, recebendo R$ 300 mil mensais, seis vezes menos que ganhava no Flamengo.
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O certo é que Ronaldinho deixou saudade nos tempos em que jogou em Minas. Dentro ou fora do Independência, todos os jogos do Atlético recebiam grandes públicos para ver o craque em ação. O Atlético se beneficiou da passagem do astro pela capital mineira para consolidar o programa Galo na Veia, que no começo preencheu totalmente sua categoria mais expressiva, garantindo mais de R$ 1 milhão por temporada.
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Depois de 2012 e 2013 vitoriosos sob o comando de Cuca, R10 caiu de rendimento pelo Galo na temporada seguinte. Ele não encantou a torcida nos primeiros jogos com Paulo Autuori como treinador. E, depois da demissão de Autuori e da contratação de Levir Culpi, o camisa 10 foi perdendo terreno aos poucos na Cidade do Galo. Levir não concordava com as regalias que o jogador tinha no dia a dia e teve interferência direta no rompimento de contrato com o atleta em 28 de julho daquele ano. Dias antes, fez seu último jogo pelo clube, assegurando o título da Recopa diante do Lanús, no Mineirão. Pelo Galo, foram 27 gols em 85 jogos.
Amigo de R10 desde que ele atuou pelo Galo, Roberto Ferreira, que hoje faz parte do estafe que trabalha com o empresário Giuliano Bertolucci, torce para que o ex-jogador possa solucionar seu problema o quanto antes: “Conheci o Ronaldinho através do Leandro Donizete, que o apresentou no CT. Já era amigo do Assis, mas o Ronaldinho é nota 1.000. Para ele, não há diferença entre rico e pobre, pois ele trata todos com muita atenção, do mesmo jeito. Infelizmente, ele está passando por esse problema, que eu acredito ser um mal-entendido. Tudo será resolvido e ele vai voltar para casa em breve”.
Para o artista plástico Camaleão, também amigo e caricaturista do astro, a passagem do jogador levou o Atlético a um novo rumo no futebol sul-americano: “Sou cruzeirense, mas vejo muito atleticano falar que ele chegou e mudou a história do Atlético. Ele projetou o clube mundialmente e virou ídolo da torcida. Um dia, brincando na casa dele, disse que ele poderia ter passado pelo Cruzeiro também. Ele brincou: ‘Eu fui para o Atlético, mas deixei meu filho no Cruzeiro’”.
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Que Ronaldinho é um dos maiores astros que o mundo da bola já presenciou, ninguém duvida. Mas, ao mesmo tempo em que viveu carreira vitoriosa, ele apareceu nos holofotes devido à muitas confusões. O ex-jogador já havia tido seu passaporte confiscado pela Justiça Brasileira em 2015, por não pagar uma multa de R$ 8,5 milhões depois de ser culpado num crime ambiental – em 2015, Ronaldinho Gaúcho e Assis Moreira foram condenados por construir sem licenciamento um trapiche, com plataforma de pesca e atracadouro, na orla do Rio Guaíba, em Área de Preservação Permanente, na capital gaúcha.
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Craque no dominó
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Invencível no Horto
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Agitação em Teófilo Otoni
Com a camisa do Atlético, Ronaldinho jogou apenas uma vez em gramados do interior pelo Campeonato Mineiro. Em 20 de março de 2013, a ida astro a Teófilo Otoni para o confronto com o América-TO foi uma exigência da diretoria do Dragão para remanejar a data do jogo – o Galo teria viagem pela Libertadores dias depois. Por causa da presença do craque, o Estádio Nassri Mattar teve público máximo (5 mil) e renda superior a R$ 150 mil. O camisa 10 marcou na vitória alvinegra por 2 a 0.
Fã de MMA
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Craque na Serra
Em sua melhor fase pelo Galo, Ronaldinho causou alvoroço no Aglomerado da Serra em 2013. Na companhia do sambista Ederson Melão, seu amigo pessoal, ele conheceu a comunidade, distribuiu autógrafos e soltou pipa com os garotos durante uma tarde de folga. No ano passado, R10 participou de um clipe com o músico, fazendo participação especial na música Serra minha terra preferida.
Perdão de Kalil
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