Em meio à paralisação do futebol por causa da pandemia do novo coronavírus, o América se preocupa em garantir a boa saúde de jogadores e colaboradores e, ao mesmo tempo, manter as contas em dia. Em entrevista ao Superesportes, o superintendente-geral do clube, Paulo Assis, afirmou que ainda é cedo para mensurar o impacto nas finanças.
  
"Neste momento, o nosso foco é contribuir com as ações de contenção da pandemia e garantir ao máximo a saúde dos nosso atletas e colaboradores. Nós estamos atentos às consequências sócio-econômicas, mas é cedo para sabermos como seremos impactados", disse o mandatário.
 
Sem a realização de partidas, os times perdem receitas importantes, como bilheteria, direitos de transmissão e cotas de participação em torneios. Porém, neste momento, o clube alviverde tem outras fontes de arrecadação que podem ser direcionadas para suportar principalmente os salários de jogadores e funcionários.

"Neste momento, o clube possui receitas patrimoniais que podem ser direcionadas para suportar parte das despesas. Mas, é claro, nós dependemos fortemente das receitas de patrocínio, direitos de transmissão e sócio-torcedor", completou Paulo Assis. 
Sócio-torcedor
Devido às suspensões de competições e eventos esportivos, o programa de sócio Onda Verde registrou queda nas adesões. Entretanto, o diretor de marketing e negócios Erley Lemos ressaltou que esse declínio é normal, e o clube estuda formas para evitar prejuízos aos associados.
 
"Não registramos cancelamentos em decorrência da Covid-19, e o nível de inadimplência também não sofreu alterações. O que percebemos foi uma queda nas adesões, que é normal neste momento de ausência de jogos. Nós já estamos estudando formas para garantir que, no momento em que as coisas voltarem ao normal, o nosso sócio-torcedor não tenha nenhum prejuízo com relação às presenças nos jogos", ponderou Erley. 
Orçamento e patrocinadores 
Divulgado em fevereiro, o orçamento do América em 2020 prevê receita bruta anual de R$ 37 milhões, entre direitos de transmissão, cotas de competições e jogos, negociações de atletas, marketing e comercial. A princípio, este valor deverá ser mantido. Porém, caso a paralisação se mantenha, a conta poderá sofrer alterações. 
 
Parte importante da receita americana anual vem de patrocinadores: Banco Semear (máster), Supermercados BH (mangas), Premium Saúde (barra frontal), Century Telecom (traseira do short), Exclusive Paper (calção frontal) e Sesc Minas Gerais (ombros). 
 
Erley Lemos afirmou que os contratos com as respectivas marcas não deverão ser alterados. "Os nossos patrocinadores também estão engajados no combate ao COVID-19 e não manifestaram nenhuma intenção em mudar os contratos. De nossa parte, temos nos esforçado para manter as nossas entregas, principalmente no meio digital. Temos certeza que, com o retorno à normalidade, todos serão recompensados".