Em meio à indefinição quanto ao retorno do Campeonato Mineiro após a paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus, pelo menos um clube tem uma ideia bem clara para o futuro do Estadual em 2020. O Coimbra, que estava a uma posição da zona de rebaixamento quando o torneio foi paralisado, demonstra não estar disposto a dar continuidade à competição. Em entrevista ao Super.FC, o manager do clube, Hissa Elias Moisés, apontou que a melhor solução seria o encerramento da temporada sem a definição de um campeão, sem acesso, no caso do Módulo II, nem rebaixamento.

Para o dirigente, o maior problema é a possibilidade de clubes que já dispensaram seus jogadores contratarem até amadores apenas para fazer número e jogar as duas rodadas restantes da primeira fase, enquanto outras equipes deverão atuar com sua força máxima,  causando assim um desequilíbrio na disputa. “Temos conversado com alguns clubes, e há uma corrente favorável e outra contra a continuidade do campeonato. O que me preocupa muito são os clubes que dissolveram suas equipes, dispensaram todo mundo e agora podem montar um novo time com jogador da região, atletas amadores”, afirmou Hissa.

Apesar de o Coimbra ocupar a décima posição na fase classificatória do Mineiro, Hissa lembra que o time ainda briga por uma melhor posição para almejar uma vaga para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Na tabela do Estadual, interrompido após a nona rodada, o próximo adversário do time de Contagem seria o Tombense, atual vice-líder. “Alguns times vão voltar com um juntado de jogadores para terminar as rodadas. Começaram de um jeito e vão terminar de outro. Isso vai causar uma enxurrada de ações. Já o Tombense mantém o time em atividade, vai disputar a Série D, é concorrente direto e vai jogar com força máxima. Um vice no Mineiro, por exemplo, daria uma série de benefícios a eles. E nós também lutamos por alguma coisa ainda”, ressaltou.

Na opinião do manager do Coimbra, o desequilíbrio na disputa pode ser até ampliado com a possibilidade de Atlético, Cruzeiro e América emprestarem jogadores para os clubes do interior, caso isso seja necessário para que encerrem a competição, conforme já admitido pelos grandes da capital.

Porém, esse não é o único problema apontado pelo dirigente. Jogos com portões fechados, como estão sendo cogitados no atual cenário da pandemia, também podem ser motivo de uma queda de braço, podendo o futuro do Mineiro 2020 ser decidido nos tribunais, algo para ser avaliado também pela Federação Mineira de Futebol (FMF). “A Federação teria que convocar um arbitral e colocar em votação. Mesmo com o arbitral sendo favorável, aqueles que se sentirem prejudicados vão recorrer. Jogar com portão fechado? E no jogo que não é televisionado o patrocinador está expondo a marca dele para quem?, questiona Hissa. “Não vejo um cenário bom para a primeira divisão nem para o Modulo 2 neste ano. Por exemplo, o CAP já dissolveu seu time, inclusive, devolvendo jogadores nossos que estavam emprestados”, completa o dirigente.

Na primeira divisão do Estadual, ao contrário de equipes como Patrocinense, URT e Villa Nova, que rescindiram contratos de atletas antes do prazo, o Coimbra tem a equipe pronta para disputar a terceira divisão, que estava prevista para o segundo semestre, com o objetivo de manter seus atletas em atividade. A maioria dos contratos continuam vigentes, até porque são jogadores sub-23 do próprio clube, que possuem vínculos maiores. Aqueles cujo contrato encerrou serão avaliados caso a caso.