Maique ganhou chance do técnico Renan Dal Zotto no jogo contra a Bélgica, algo que ainda não havia acontecido na competição
A 'simples' convocação para disputar o Mundial e integrar o grupo da seleção brasileira masculina de vôlei já era um sonho sendo realizado para o jovem líbero Maique, de 21 anos, do Fiat-Minas. Na última rodada da segunda fase, que terminou no domingo, em Bolonha (ITA), o jogador foi premiado com a presença dentro de quadra no jogo contra a Bélgica. O Brasil entrou para o duelo já classificado e o técnico Renan Dal Zotto deu oportunidades para todos os seus reservas, que venceram os adversários, de virada, por 3 a 2.
Não bastando a experiência nos treinos, que fez sua ficha cair depois de algum tempo, Maique viu seu esforço e dedicação serem reconhecidos. "No começo bateu aquele frio na barriga, mas depois da primeira defesa fiquei mais relaxado e tranquilo pra que tudo desse certo. Não tenho palavras para descrever essa experiência. Espero que outras venham nos próximos jogos, além de mais oportunidades", comemora o jogador.
Da roça pro mundo. Para quem saiu da pequena Santo Antônio do Amparo e 'roeu o osso' antes de chegar ao Minas, a convocação e ser relacionado para um jogo de Mundial são recompensas que, muitas vezes, nem passavam pela cabeça do jogador. Antes de chegar ao clube da Rua da Bahia, Maique atuou em clubes de menor expressão como Três Corações e Uberlândia, quando disputou ligas menores. Hoje, ele atua na Superliga e acaba de colocar no currículo defesas no maior torneio do planeta, jogando ao lado de alguns dos melhores atletas do mundo.
"Foi maravilhosa a experiência, pude mostrar meu trabalho e conquistar ainda mais a comissão técnica. Foi tudo resultado de toda preparação em Saquarema. Agora é focar na fase final e sempre que pintar oportunidade poder dar meu melhor e ajudar nossa equipe a faturar o título", projeta.
Os treinos em Saquarema, onde fica o centro de treinamento da seleção, fez a ficha do líbero cair aos poucos. Saber do potencial que deveria ser mostrado o motivou, a cada dia, a dar seu melhor, em busca de um aprendizado contínuo, certo de quem muito mais está por vir. "Estou vivendo um sonho! Estar trabalhando ao lado de ídolos, de pessoas que sempre foram minha admiração e inspiração, é magnífico. Para um garoto que saiu do interior, de uma pequena cidade com um pouco mais de 26.000 habitantes, isso era um sonho muito distante, mas não impossível. É difícil imaginar que hoje consegui chegar aqui depois de tudo que passei. Sou grato aá Deus, a minha família e a todos que me apoiaram e acreditaram em meu trabalho", agradece. Mesmo que não entre mais em quadra neste Mundial, Maique já tem a certeza de ter feito bem seu trabalho, com a sensação de dever cumprido e com uma experiência para poucos, que vai levar para o resto da vida.