O gaúcho Alisson certamente não figura entre os nomes mais valorizados pelas atuações na Copa do Mundo – foi pouco exigido atrás de uma das defesas menos ameaçadas do torneio, é bom ressaltar. A decepção pela queda nas quartas de final, porém, não diminuiu o prestígio alcançado pelo atleta de 25 anos na última temporada europeia.
Segundo os principais veículos de imprensa da Itália e da Inglaterra, o titular da Seleção Brasileira foi vendido pela Roma ao Liverpool por cerca de £ 66 milhões (R$ 334 milhões na cotação de ontem) e será apresentado nos próximos dias.
Oficializada a transação, o jogador se tornará o mais caro da história na posição, superando Gianluigi Buffon e Ederson. O italiano foi comprado do Parma pela Juventus por US$ 38 milhões, em 2001, enquanto o também brasileiro (reserva da Seleção na Rússia) custou € 40 milhões ao Manchester City junto ao Benfica, em 2017.
A mudança de ares também fará de Alisson o brasileiro mais valorizado deste verão no Velho Continente. E, ainda, o nono jogador nascido no país a integrar o 'Top 20' da atual janela de transferências, contando com o catarinense Jorginho, naturalizado italiano.
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Efeito Copa
É preciso lembrar que as janelas das maiores ligas europeias seguem abertas até o fim de agosto (Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França).
Dito isto, pode-se afirmar que, para bem ou para mal, o impacto do “efeito Copa” no mercado até o momento é bem pequeno. Entre os brasileiros, por exemplo, não há nenhum caso de grande variação atrelada ao desempenho ao Mundial.
Alisson já era amplamente visado antes da competição. E Fred, que sequer saiu do banco de reservas, já estava fechado com o Manchester United antes da estreia da Seleção.
Douglas Costa, por sua vez, já vinha defendendo a Juventus por empréstimo com direitos fixados e teve apenas a aquisição confirmada pelo clube italiano. Já Paulinho foi na contramão do alto nível e voltou ao futebol chinês após um ano no Barcelona, também com opção de compra automática.
Enquanto isso, Fabinho, Vinícius Júnior, Felipe Anderson e Arthur sequer foram levados pelo técnico Tite. E, por fim, a tradicional Itália de Jorginho nem mesmo se classificou para a Copa. Ou seja, a performance nos clubes antes da principal competição do planeta foi claramente o fator determinante nas negociações.
Escala mundial
Este mesmo quadro se repete nas demais movimentações internacionais. Basta constatar que apenas sete nomes do "Top 20" disputaram a Copa da Rússia (Mbappé, Cristiano Ronaldo, Lemar, Fred, Douglas Costa, Goretzka e Paulinho).
Destaque do Mundial, o francês Kylian Mbappé já estava negociado por valores astronômicos desde o ano passado com o PSG, cuja camisa já vinha defendendo por empréstimo desde a última temporada.
O também campeão Thomas Lemar atuou em apenas uma partida dos Bleus (0 a 0 com a Dinamarca, com formação mista). A participação dele na Copa, entretanto, não teve qualquer relação com o vínculo milionário firmado junto ao Atlético de Madrid ainda durante a primeira semana do torneio.