Frieza. Essa é uma das características que vêm fazendo do Cruzeiro um time de mata-mata. O sangue gelado para controlar os nervos fora do Mineirão e apunhalar os rivais, por vezes, com um único golpe.
A Raposa tem apostado no estilo “Yin Yang”. O princípio da filosofia chinesa que condensa duas energias opostas – Yin significa escuridão, sendo representado pelo lado pintado de preto, e yang, que denota a claridade – é uma metáfora apropriada para o time celeste, que encara nesta quarta-feira (19), dentro de La Bombonera, o maior teste na busca do tricampeonato da Copa Libertadores.
Para atingir o alvo, a Raposa possui um mestre. Mano Menezes até revela um pacto para que o time continue, dentro de campo, mostrando o quão concentrado é. “Eu fiz um acordo com eles (jogadores). Eu fico nervoso, e eles ficam calmos. Se alguém tiver que sair, que seja eu. A coisa está indo bem. Os jogadores estão ficando experientes. É aquela coisa que sempre falamos. Disputar competições desse nível com uma frequência maior ajuda. A experiência traz isso”, avalia o técnico cruzeirense.
E será preciso muito equilíbrio entre os nervos e a paciência para superar o Boca Juniors dentro de seu mítico caldeirão. Os Xeneizes estão há cinco jogos sem perder dentro de casa e sem levar gols. Curiosamente, foi um time brasileiro o responsável por superar o Boca dentro de La Bombonera pela última vez. Ainda na fase de grupos, o Palmeiras superou os argentinos por 2 a 0. O Cruzeiro também quer honrar as tradições brasileiras.
“Vai ser um jogo de muita pressão. A torcida lá empurra os jogadores mesmo. Jogamos contra o Racing (na fase de grupos) na Argentina e já vimos como é, em La Bombonera vai ser ainda maior essa pressão”, avalia o meia Thiago Neves, artilheiro celeste na competição continental, com cinco gols marcados.
“Mas são aqueles ajustes que precisamos. Mesmo o nosso time sendo muito cascudo, uma hora ou outra as coisas podem sair do lugar. Isso que não pode nos acontecer em hipótese alguma nessa partida”, alerta o armador cruzeirense.