Centroavante conta que seleção brasileira acreditava que repetiria o mesmo desempenho da Copa das Confederações de 2013, o que não aconteceu
Alguns dos envolvidos evitam falar sobre a goleada sofrida pelo Brasil para a Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo de 2014. O atacante Fred, no entanto, voltou a falar do fatídico dia para o futebol brasileiro. O jogador, em entrevista ao SporTV, reconheceu que foi um “cone” em campo e lembrou do carinho que ele recebeu da torcida do Fluminense. Ele terminou a competição com apenas um gol marcado e muitas críticas.
“Eu fui o cone da Copa do Mundo. A única, além da minha família, que me abraçou, foi a torcida do Fluminense. Não tem como apagar”, recorda.
O atual camisa 9 do Cruzeiro acredita que o resultado elástico e surpreendente ocorreu por conta da falta de humildade apresentada pelo time diante dos alemães.
“A única lembrança marcante que eu tenho daquele dia foi o final do jogo. Não queria ir para a casa, não queria atender ninguém. Não deu para entender o que aconteceu com a gente. Faltou um pouquinho de humildade para gente, inclusive dentro do jogo. Lembro que estava 1 a 0 e todo mundo: 'vamos virar'; 2 a 0 e 'vamos virar, vamos para cima'. E eu falei: 'gente, vamos fechar a casinha'”, conta.
O excesso de confiança, segundo Fred, teve início durante a Copa das Confederações de 2013, quando o Brasil engrenou e acabou se tornando o campeão. Os atletas e a comissão técnica esperavam que a situação se repetisse durante a Copa e, principalmente, contra a Alemanha, o que acabou não acontecendo.
“Lembro de uma reunião que o Felipão fez em 2013. Eu levantei e falei que a gente tinha que saber sofrer, aí levantou o Daniel Alves e o Neymar e falaram: 'vamos para cima, somos o Brasil' e não sei o quê... E a gente passou por cima de todo mundo nas Confederações, mas não pegamos uma Alemanha (na Copa das Confederações)”, diz.
“A gente estava com a mesma esperança (das Confederações), que engrenasse. Não engrenou. Quase fomos eliminados contra o Chile. A bola não estava chegando para mim. Mas eu estava na esperança de acontecer o que aconteceu na Copa das Confederações. Na hora que o bicho pegasse, nós íamos soltar a bola e ia dar tudo certo. Mas não deu”, completa.
O centroavante diz que sua atuação no Mundial de 2014 ficou comprometida por conta da ausência de jogo coletivo da seleção brasileira. “Eu sou um bom centroavante e sou muito eficiente dentro da área. E nosso time não estava jogando de forma coletiva, um passando para o outro. E eu sofri mais por causa disso, porque eu necessito totalmente dos meus companheiros. Se eu tivesse drible, velocidade, eu poderia voltar um pouco mais”, finaliza o jogador.