O goleiro Everson se emocionou ao se lembrar de um episódio difícil pelo qual passou este ano no Atlético. Em 24 junho, o experiente arqueiro de 34 anos chorou após o empate com o Fortaleza.

 Desta vez, Everson voltou às lágrimas ao rever a entrevista emocionada que deu depois daquele 1 a 1 na Arena MRV, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ele relembrou aquele mau momento e desabafou.

 “Temos o ônus e o bônus, mas o ônus é pesado… Eu estava com uma carga muito forte, vindo de fora para dentro, deixando me consumir. Lógico que não eram os nove milhões de torcedores do Atlético, que às vezes por tomar um gol ou outro, mas eu acabava sendo cobrado… Acabei trazendo muito para mim”, iniciou, em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN.

 “Antes disso, eu já fazia trabalho psicológico, faço há dois anos fora do clube, fora todo o suporte que temos no clube. Peço desculpas… Prometi em casa que não ia chorar (risos)…”, pausou.

“(Quando as críticas passam para o pessoal) É o que mais machuca. Em questão técnica, eu não sou perfeito. Posso ter algumas dificuldades em alguns quesitos, mas estou há quatro anos no Atlético, passaram seis, oito treinadores, e eu sempre estive titular. Eu não sou titular, eu estou titular por conta do meu trabalho diário. Não só dentro, mas fora do clube também, trabalho psicológico, com personal (trainer), para estar apto”, continuou Everson.

Amor ao Atlético e lesão

Em meio ao mau momento em junho, Everson sofreu uma fratura exposta no dedo mínimo da mão esquerda e precisou passar por cirurgia. Por isso, ficou afastado em recuperação. De volta, retomou a titularidade e vive novamente um bom momento no Galo.

 “Hoje, eu posso dizer que amo jogar no Atlético. Por conta dessa avalanche que acabou me consumindo, por praticamente ser um torcedor dentro de campo já, e a gente não vinha passando por um bom momento. A gente ainda não está em um bom momento no Brasileiro, podemos melhorar, mas ali por conta de não estar passando por um bom momento, veio essa avalanche e acabei sendo fraco naquele momento, acabei deixando muitas coisas me consumirem e acabei desabafando, que era o melhor para mim naquele momento…”, pontuou.

 “Com certeza (o período afastado) foi bom… Os 30 dias que fiquei ‘parado’ em casa foram bons para ver que o ‘problema’ não era o Everson. Passamos por alguns momentos, tomamos gols, também não é culpa do outro goleiro, do Matheus Mendes. Foi culpa de um sistema, fase ruim, muitos machucados, jogadores na seleção e acabamos ficando mais expostos”, disse.

 “Tudo que Deus faz tem um propósito. Talvez (a lesão) que tive tenha sido por um propósito, sem estar ali na Arena jogado aos leões, eu pude ver que o problema não era eu, me concentrar e voltar para ajudar. Hoje, venho fazendo bons jogos e ajudando a equipe, que é o principal e pelo qual me dedico”, completou.

Lembre o episódio

O goleiro Everson, do Atlético, não segurou as lágrimas na Arena MRV depois do empate por 1 a 1 com o Fortaleza, em 23 de junho, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em entrevista na zona mista, ele desabafou contra as críticas dos torcedores e revelou que vem jogando frequentemente “no sacrifício”, pois sente forte dores por causa de luxação nos dedos das mãos.

 “Ninguém sabe o sacrifício que fiz para jogar hoje. Difícil pra cara***. Cheio de dor. Mas se tiver que aguentar dor para jogar, vou jogar. Por mais que não agrade parte da torcida (…). No ano passado passei por isso, mas terminei como um dos melhores goleiros da competição. Talvez por isso sou cobrado, por jogar muito tempo em alto nível”, disse, na ocasião.

 

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