Para levar a sexta taça da Copa do Brasil, o Cruzeiro precisa superar o Corinthians, o paulista que falta ser batido
Minas e São Paulo possuem uma história próxima. Uma relação que, inclusive, marcou o país na República Velha, quando estabeleceu-se a alternância de poder na Presidência com a clara influência dos poderosos dos dois Estados. Os tempos são outros. As circunstâncias políticas também, mas o “café com leite” dá as caras no futebol nacional. Nesta quarta-feira (17), o Cruzeiro, atual campeão da Copa do Brasil, entra em campo para defender seu título diante do Corinthians, o atual campeão brasileiro, às 21h45, em Itaquera. Uma espécie de tira-teima para saber a quem pertence o poder no país do futebol.
Ao Cruzeiro, a luta pela sexta taça. A consolidação de uma hegemonia na competição que reúne todos os rincões do Brasil. Título que colocará a Raposa como a maior campeã da Copa do Brasil em toda história, deixando para trás a ameaça sulista do Grêmio e interrompendo a ascensão paulista do Timão, que detém três troféus do torneio nacional, o último deles conquistado na década passada.
Aos celestes, a glória está mais viva, provém de uma heroica conquista sobre o Flamengo no ano passado e desenha-se, com um simples empate, um novo caneco. Mas a disputa, mesmo que a trajetória até aqui seja marcada por sucessivas vitórias fora de casa, não será nada fácil.
“Temos jogado bem a Copa do Brasil, sabendo atuar em casa e também fora. Como visitantes, ganhamos todos os jogos. Mas agora não vamos pensar nisso. Vamos tentar jogar, esquecer o que fizemos até agora”, salienta o zagueiro Dedé.
“Serão dois gigantes, e vai ter de ser na raça, no momento. As vitórias fora são importantes, vamos tentar manter isso. Temos condições de terminar o jogo com empate também”, completa o zagueiro, que é um dos símbolos desse Cruzeiro cirúrgico e, de certa forma, político de Mano Menezes.
Há quem não goste do futebol café com leite que Cruzeiro e Corinthians executam, mas os números falam por si só. De 2010 para cá, juntos, os dois gigantes que se encontram nesta quarta-feira venceram seis títulos nacionais, três de cada lado (dois Brasileiros e uma Copa do Brasil para a Raposa; e três Brasileiros para os alvinegros). Uma alternância de poder que chega ao capítulo máximo e raro nesta noite, em Itaquera, uma vez que Cruzeiro e Corinthians só disputaram uma final em 1998. É a hora da verdade, o lugar em que somente os grandes almejam e podem estar.
“Sabemos que será muito difícil. Mas será importante demais para nossa temporada, para a diretoria, para a torcida e para nós, atletas, cravando nosso nome na história do clube, com uma conquista inédita”, finaliza Dedé.
Parece mesmo que estava escrito na trajetória celeste nesta edição do torneio encontrar vários times paulistas pelo caminho: primeiro o Santos, depois, o Palmeiras, até chegar ao adversário desta noite. Raposa copeira, que já escreveu em sua história páginas imortais com vitórias sobre o Santos de Pelé, o Palmeiras dos anos 90, o São Paulo dos anos 2000, pronta para derrubar o último paulista que falta em sua jornada de inúmeras conquistas e fazer prevalecer o leite sobre o café.
O 10 será opção
O Uruguai foi derrotado pelo Japão por 4 a 3, na manhã desta terça-feira (16), na cidade de Saitama. No entanto, para o torcedor do Cruzeiro o que importa mesmo é que Arrascaeta, escalado entre os titulares, atuou por 45 minutos e foi substituído no intervalo. Na partida, foi em uma cobrança de falta batida por Arrascaeta que Coates escorou e Gastón Pereiro fez o primeiro dos uruguaios. Passada a data-Fifa, Arrascaeta voltou ao Brasil no fim da manhã desta terça (noite em Tóquio) e é aguardado em São Paulo na tarde desta quarta-feira, por volta das 16h. O técnico Mano Menezes confirmou que vai contar com o camisa 10 no banco de reservas, podendo ser uma opção.
Emoção à vista
O Cruzeiro desembarcou em São Paulo no final da tarde desta terça-feira. Em clima de total tranquilidade, os atletas seguiram para o hotel, onde ficarão concentrados. O goleiro Fábio falou da expectativa para o jogo de logo mais. “A gente trabalha desde o início da temporada com o objetivo maior que é ser campeão. Agora estamos a uma partida para sermos campeões e dependemos apenas do nosso rendimento para alcançar esse objetivo”, disse Fábio. O camisa 1 cruzeirense quer evitar que a disputa do título vá para os pênaltis, mas espera um jogo emocionante. “Tem muita coisa para rolar, o jogo vai ser emocionante”, ressaltou Fábio.