Angel Drumond

Diante de mais de 55 mil torcedores, o Cruzeiro fez uma grande partida, lutou muito, mas se despediu da Conmebol Libertadores ao empatar com o Boca Juniors no Mineirão pelo placar de 1 a 1. Os gols da partida foram marcados por Sassá, no início da segunda etapa e Pavon, ao apagar das luzes.

O jogo foi bastante conturbado, principalmente pela cera do time argentino e a arbitragem confusa de Andrés Cunha. Ele assinalou jogo perigoso do zagueiro Dedé, em lance que resultou no gol de Barcos, ainda no primeiro tempo.

No segundo tempo, ele chegou a marcar um pênalti para o Cruzeiro, mas voltou atrás alegando impedimento de Barcos no início da jogada, com muito atraso. Além dos lances, o árbitro ainda expulsou Dedé, em lance de falta normal no meio-campo.

O time volta a campo agora somente na próxima quarta-feira, quando enfrentará o Corinthians pela primeira partida da decisão da Copa do Brasil. O jogo está marcado para as 21h45, no Mineirão. O segundo jogo será no dia 17 desse mês, na Arena Corinthians, em São Paulo.

O Jogo

O Cruzeiro começou a partida partindo para cima da equipe argentina. Logo aos 13 segundos a primeira boa chance. Lucas Silva lançou para o ataque, Dedé ganhou no alto e a bola sobrou para De Arrascaeta que matou na coxa e bateu para o gol. Rossi defendeu.

Doze minutos depois, boa trama do meio-campo celeste. De Arrascaeta ganhou do marcador e tocou para Thiago Neves, o meia driblou o marcador e arriscou para o gol, a bola passou a direita do gol de Rossi.

Aos 20 minutos o Cruzeiro criou grande chance. De Arrascaeta driblou e cruzou na área, Robinho ajeitou e Thiago Neves chutou por cima do gol de Rossi, com grande perigo.

O Boca Juniors assustou aos 28 minutos. Zarate fez boa jogada pela esquerda, invadiu a área e tentou o toque para trás, Pavón pegou o rebote e chutou cruzado, Egídio acabou aliviando a defesa.

No lance seguinte, mais uma grande oportunidade para a Raposa. Egídio recebeu na esquerda e enxergou a penetração de Thiago Neves na área, o meia por pouco não completou para o gol adversário

Antes do fim do primeiro tempo Lucas Silva arriscou da intemerdiária e o goleiro Rossi fez grande defesa para escanteio.

No último lance do primeiro tempo, falta na direita para o Cruzeiro. Edilson cruza para área, o goleiro Rossi soca nos pés de Barcos e o artilheiro completa para o gol. O juiz Andrés Cunha marca lance perigoso de Dedé e anula o lance celeste.

Segundo Tempo

O Cruzeiro voltou para o segundo tempo na procura do primeiro gol. Com um minuto, Edilson recebeu na direita e cruzou para área, Thiago Neves subiu e cabeceou para cima do gol.

Sassá entrou no lugar de Lucas Silva e no primeiro lance em campo botou o Cruzeiro na frente do placar aos 12 minutos. Thiago Neves cobrou escanteio, Léo cabeceou, a bola bateu em Barcos e sobrou livre para o Sassá. 1 a 0 Cruzeiro.

Ábila entrou na partida aos 35 minutos e três minutos depois mandou na trave. Cruzamento para área, o desvio na entrada da área e o centroavante cabeceou na trave direita de Fábio.

Aos 42 minutos, o lance que poderia mudar o jogo. Edilson cruzou para Thiago Neves, que dividiu com o goleiro. A bola sobrou para Raniel, que tentou dominar e adiantou a bola, facilitando para o goleiro do Boca Juniors.

No fim do jogo, o Boca Juniors chegou ao empate. Lançamento para Ábila, o atacante tocou para Pavon que fuzilou para o gol, sem chances para o goleiro Fábio.

CRUZEIRO 1 X 1 BOCA JUNIORS
Motivo: Jogo de volta das quartas de final da Conmebol Libertadores
Data: 04/10/2018 (quinta-feira)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Árbitro: Andrés Cunha (URU)
Público: 56.791 presentes / 48.925 pagantes
Renda: R$2.652.600,00
Gols: Sassá aos 12 minutos e Pavon aos 48 minutos do segundo tempo.
Cruzeiro: Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva (Sassá), Robinho, Thiago Neves e De Arrascaeta (Rafinha); Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes
Boca Juniors: Rossi, Bufarini, Izquierdoz, Mangallan e Olaza; Nández, Barrios e Pérez (Gago); Pavon, Zárate (Ábila) e Villa (Cardona) Técnico: Guilherme Barros Schelotto
Cartões amarelos: Rafael, Egídio e Dedé (Cruzeiro), Pavon e Perez (Boca Juniors)
Cartão vermelho: Dedé (Cruzeiro)

Jogadores lamentam resultado e exaltam o apoio da torcida

Decepcionado, o lateral direito Edilson falou sobre a tristeza dos companheiros ao fim da partida, e fez questão de enaltecer a torcida cruzeirense que apoiou durante todo o jogo.

"O choro do Thiago é o choro de todos nós. Decepção por não conseguir passar para a semifinal. O time jogou bem hoje. Nos doamos e entregamos ao máximo, mas não conseguimos. O torcedor está de parabéns. Temos que elogiar e dar parabéns. O sentimento é de decepção total", declarou.

Já Sassá, que mostrou seu faro de gol mais uma vez, falou sobre a luta dos atletas e as oportunidades criadas em campo. O centroavante parabenizou a equipe e lembrou que na próxima semana já tem a final da Copa do Brasil.

“Graças a Deus fui feliz no gol. Nosso time lutou muito em campo, criou várias chances e infelizmente a bola não entrou. Agora é levantar a cabeça, nosso time está de parabéns e tem outra decisão na próxima semana, pela Copa do Brasil”, finalizou.

Palavra do treinador

O técnico Mano Menezes lamentou que a partida não fosse somente decidida dentro de campo. O treinador celeste, analisando os erros da arbitragem, lembrou do lance que acabou na expulsão de Dedé na primeira partida e que foi determinante para o adversário construir uma boa vantagem.

“Quando ficou definido que íamos enfrentar o Boca, sabíamos que seriam dois jogos grandes, difíceis pela qualidade do adversário, mas que também tínhamos condições de passar. Dois grandes, um vai passar, outro vai ficar. Gostaria que só o jogo dentro de campo determinasse a passagem, pois aí estaríamos aqui parabenizando o adversário, como sempre fizemos. Há de saber perder. Mas não foi o que vimos nos 180 minutos”, declarou.

"Viemos aqui para descontar 2 a 0, o que é muito difícil, contra um adversário como o Boca. Tivemos oportunidades de vencer. Mas, para nossa surpresa, desde o inicio, faltinhas aqui, paralisações, na minha opinião fizemos um gol legal na primeira parte do jogo e que foi mal anulado. Saímos dessa forma. Isso que me deixa chateado. A equipe se entregou, tem suas limitações, mas poderíamos ter passado por esse adversário se as coisas tivessem acontecido numa normalidade, como a gente quer", completou.

“Todo mundo sabe o que aconteceu em Buenos Aires (expulsão injusta do zagueiro Dedé). Foi tão absurdo que, numa decisão inusitada, a Conmebol liberou o Dedé para o jogo de volta, ou seja, assumiu o erro lá. O placar lá seria outro se não tivéssemos um jogador a menos em boa parte do jogo. O adversário tem qualidade, se aproveitou”, finalizou.