COPA DO BRASIL

Uma constelação azul e branca paira sobre o céu de Belo Horizonte. E no ataque do Cruzeiro, uma estrela brilha como há muito os torcedores celestes não viam com a camisa do clube. Nesta quinta-feira (11/9), a Raposa voltou a ser letal, venceu o Atlético por 2 a x no Mineirão e se classificou à semifinal da Copa do Brasil. Centroavante do time, Kaio Jorge marcou dois gols.

O camisa 19 voltou a ser destaque no jogo mais importante do ano. Ele era dúvida para a partida, pois sofreu lesão muscular na coxa esquerda. Mas, se recuperou a tempo de ser titular de garantir a classificação do Cruzeiro diante do maior rival.

Na ida, em 27 de agosto, Kaio Jorge também marcou. A Raposa venceu por 2 a 0 na Arena MRV, em BH, em jogo que ainda contou com golaço e assistência do zagueiro Fabrício Bruno.

Pela terceira vez na história, o Cruzeiro enfrentou o Atlético da Copa do Brasil. Em 2014, o Galo venceu a Raposa na final. Já em 2019 e 2025, o time estrelado bateu o alvinegro nas quartas.

Próximos jogos de Cruzeiro e Atlético

O Cruzeiro volta a campo contra o Bahia, na segunda-feira (15/9), às 20h, na Fonte Nova, em Salvador (23ª rodada do Brasileirão)

O Atlético volta a campo contra o Santos no domingo (14/9), às 16h, na Arena MRV, em BH (23ª rodada do Brasileirão)

Cruzeiro enfrentará o Corinthians na semifinal

O adversário do x será o Corinthians. A equipe paulista se classificou para a semifinal após vencer o Athletico Parananese na Ligga Arena, em Curitiba (1 a 0), e na Neo Química Arena, em São Paulo (2 a 0).

Cruzeiro abre o placar no começo do primeiro tempo

“Uuuh, terror, Kaio Jorge é matador!”. Foram necessários apenas quatro minutos para que um estrondoso grito de gol tomasse conta do Mineirão.

Após cobrança de falta na área do Atlético, houve um bate-rebate e a bola sobrou para o artilheiro celeste, que chutou duas vezes até conseguir empurrar para o fundo da rede: 1 a 0.

O Cruzeiro começou bem o jogo, chegando com facilidade ao campo de defesa do Galo. Christian teve a melhor chance pelo lado esquerdo, chegando livre à área. O meio-campista, porém, chutou muito mal, e o goleiro Everson só precisou encaixar.

Após chutar bola em direção à torcida do Cruzeiro, o zagueiro Lyanco, do Atlético, virou alvo de xingamentos da torcida celeste e arremessos de copos. “Ei, Lyanco, vai tomar no c*. Lyancooo, viad*”, entoavam os cânticos.

A narradora do Mineirão pediu aos torcedores que parassem com os gritos homofóbicos, mas foi vaiada. Na sequência, os cruzeirenses voltaram a xingar Lyanco.

De início, o Atlético demonstrou que poderia levar perigo, pois conseguiu escanteio no primeiro lance do jogo. Mas voltou a apresentar fragilidade em bolas paradas e cedeu muitos espaços na defesa.

No ataque, o time alvinegro teve poucas oportunidades e freou muitas vezes na entrada da área. Os volantes e zagueiros do Cruzeiro interceptaram muitas bolas na região da meia-lua.

A partida também ganhou um clima meio insosso depois do gol da Raposa, pois ficou picotada devido ao número de faltas marcadas no meio-campo e às sucessivas reclamações dos jogadores com a arbitragem.

Kaio Jorge amplia vantagem do Cruzeiro no segundo tempo

A fórmula do primeiro tempo se repetiu no segundo – e ainda mais rápido. Aos dois minutos da etapa complementar, Kaio Jorge voltou a marcar em cobrança de bola parada: 2 a 0. Ele completou passe do lateral-direito William, oriundo de um escanteio.

Nas arquibancadas, primeiro veio a comemoração de gol. E depois uma série de provocações, como “Gabigol é maior que meu rival” e “eliminado”.

Em tom de ironia, os torcedores celestes começaram a cantar “eu acredito” e “vou festejar o seu sofrer”, dois dos lemas mais famosos do Atlético.

Por fim, os cruzeirenses pediram para que o técnico Jorge Sampaoli colocasse o meia-atacante Dudu, que também foi xingado. O jogador se transferiu da Raposa para o Galo em maio, num dos capítulos mais polêmicos da história do clássico.

No decorrer do jogo, o Cruzeiro esteve mais perto de voltar a balançar a rede do que o Atlético diminuir. A partida foi bastante controlada pela Raposa, que sofreu pouco perigo.

O Galo pagou preço alto pelas falhas de posicionamento dos zagueiros nas bolas paradas e a falta de entrosamento e ímpeto dos demais setores na estreia do novo técnico.

Essa foi primeira partida de Sampaoli, que substituiu Cuca, demitido após o jogo de ida. Três dos quatro gols sofridos pelo Atlético nos dois confrontos saíram em cobranças de bola parada – todos marcados por Kaio Jorge.

Mérito também da defesa do Cruzeiro, que cortou ainda na entrada da área a maior parte dos ataques atleticanos. O goleiro Cássio foi pouco exigido.

Apesar de terem ocorrido princípios de confusão nas duas etapas do jogo, não houve briga e cartões vermelhos. O árbitro Rafael Klein marcou muitas faltas no meio-campo, mas conseguiu controlar o clima agressivo.

CRUZEIRO 2 X 0 ATLÉTICO

Cruzeiro:Cássio; William, Fabrício Bruno, Lucas Villalba e Kaiki; Lucas Romero, Lucas Silva (Walace, aos 40’/2ºT) e Matheus Pereira (Eduardo, aos 40’/2ºT); Christian (Luis Sinisterra, aos 32’/2ºT), Kaio Korge (Gabigol, aos 19’/2ºT) e Wanderson (Matheus Henrique, aos 19’/2ºT). Técnico: Leonardo Jardim

Atlético:Everson; Gabriel Menino (Rony, no intervalo), Lyanco, Junior Alonso e Guilherme Arana; Fausto Vera, Alexsander, Igor Gomes (Alan Franco, aos 33’/2ºT), Gustavo Scarpa; Tomás Cuello (Reinier, aos 33’/2ºT) e Hulk. Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: Kaio Jorge, aos 4’/1ºT e 2’/2ºT (Cruzeiro)
Cartões amarelos: Wanderson (Cruzeiro); Tomás Cuello e Hulk (Atlético)
Público: 61.584 torcedores
Renda: R$ 6.487.220,04
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (RJ) e Victor Hugo Imazu dos Santos (PR)
VAR: Rodrigo D’Alonso Ferreira (SC)