Os ingredientes da receita se repetem. Jogo fora de casa, Cruzeiro e mata-mata. O resultado final é vitória. Ontem, no Allianz Parque, em São Paulo, a Raposa deu mais uma mostra de que é gigante. Não à toa ostenta cinco títulos de Copa do Brasil e caminha rumo ao hexa. Com um gol aos 5 minutos, marcado pelo argentino Barcos, o Cruzeiro superou o Palmeiras por 1 a 0. Um resultado conquistado a duras penas, inclusive na superação após a expulsão de Edilson. Mas esse é o time copeiro que o torcedor acostumou-se a ver com Mano Menezes.
A parte 1 da missão foi concluída. Mais um degrau na jornada celeste. A cada teste, o time se prova e agora leva uma boa vantagem para o jogo da volta, marcado para o dia 26 deste mês.
O jogo
Palmeiras e Cruzeiro. Oito títulos de Copa do Brasil em campo e várias escritas. A esperança de uma partida resolvida nos detalhes confirmou-se logo nos primeiros minutos. O típico jogo que qualquer oportunidade precisa ser concluída. E, como todos bem sabem, o Cruzeiro sabe muito bem jogar assim. O Palmeiras de Felipão se lançou sobre o Cruzeiro e logo quando Borja obrigou Fábio a executar uma grande defesa, eis que veio o golpe letal.
Rápida trama puxada pela esquerda, o passe para Robinho, a visão e mais uma assistência na conta do camisa 19, sua 11ª na temporada. No centro da área, a figura do atacante prevaleceu. Barcos, que não fazia um gol há 11 partidas, tocou por cima de Weverton e deu fim ao jejum. Seu segundo gol pelo Cruzeiro justamente no Palmeiras, clube pelo qual teve boa passagem. Poucas leis neste país funcionam tão bem como a do ex.
O gol marcado aos 5 minutos da etapa inicial não tirou o ímpeto palmeirense, que colocou Fábio e a defesa celeste, composta por Léo e valente Dedé, que 24 horas atrás estava em campo pela seleção brasileira. Era preciso ser gigante para bater de frente com um ataque poderoso, com peças como Willian, Dudu e Borja, ampliada ainda por Lucas Lima na etapa final. No primeiro tempo, as finalizações deram conta da diferença: 10 chutes a gol do Palmeiras contra quatro do Cruzeiro.
Mas o que chamava atenção – e também irritava – era a constante utilização do VAR pelo árbitro Wagner Reway. A cada lance de dúvida, principalmente na aplicação dos cartões, o artifício era chamado. O árbitro de vídeo proporcionou até uma cena curiosa, quando Dudu pediu o VAR em um lateral e acabou amarelado.
Os últimos 45 minutos de jogo mostraram um Cruzeiro mais arrefecido, em grande parte pela ausência de uma peça mais aguda como a do uruguaio Arrascaeta. Ele foi substituído por Rafinha. Quando essas situações acontecem, o torcedor celeste conhece o roteiro: Fábio pratica as suas defesas e assegura o resultado, inclusive salvando um lance incrível de Egídio.
O time ainda passou por apuros com a expusão de Edilson após reclamação, Lucas Lima meteu uma bola na trave. No fim do jogo, o VAR mais uma vez foi o tema. Mas justamente porque ele não foi acionado pelo árbitro em um lance que envolveu Fábio e o zagueiro Edu Dracena. Na sequência, Borja fez o gol. Mas o juiz marcou a infração do defensor palmeirense.