Como se a vantagem dos dois gols marcados no Maracanã no jogo de ida não fosse suficiente, o Cruzeiro conta com mais um fator favorável na partida de amanhã para assegurar, diante do Flamengo, no Mineirão, sua vaga nas quartas de final da Copa Libertadores: o retrospecto do confronto. Nas seis vezes em que se enfrentaram em partidas eliminatórias, o mandante do jogo da volta sempre levou a melhor.
A última lembrança, aliás, ainda está bem viva na memória do torcedor celeste: o jogo de 27 de setembro do ano passado, em que o Gigante da Pampulha consagrou o último campeão da Copa do Brasil. Depois do 1 a 1 no Maracanã (De Arrascaeta marcou para a Raposa), o empate sem gols levou a disputa para os pênaltis: 5 a 3 para o Cruzeiro, com direito à defesa de Fábio na cobrança de Diego.
Se não entra em campo, a bolinha do sorteio tem tudo para ficar com boa parte do mérito da classificação celeste, já que o rival também soube fazer valer a condição de atuar diante de sua torcida, no Maracanã. Foi assim no primeiro mata-mata entre eles, nas quartas da Copa do Brasil de 1995; e na semifinal da extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1995, quando o rubro-negro não só venceu as duas partidas como conseguiu, pela única vez, uma diferença de gols que o classificaria, considerando o gol qualificado: 3 a 1.
O troco em casa veio, além da Copa do Brasil do ano passado, nas semifinais da mesma competição em 1996 e na decisão de 2003, quando os comandados por Vanderlei Luxemburgo no banco e pelo talento Alex em campo chegariam à Tríplice Coroa.
Só uma vez
Placares dilatados, como os que o time de Maurício Barbieri necessita para não amargar a eliminação, são coisa rara na história dos jogos com o Cruzeiro. No Mineirão são, ao todo, 33 partidas, com 15 vitórias celestes, 11 empates e sete vitórias rubro-negras, das quais apenas uma foi por dois gols de difença, no já longínquo Brasileiro de 1991 (0 x 2), quando o atual técnico do Fla era um garoto de 10 anos. Os dois gols marcados pelo meia-atacante Nélio, irmão mais velho do lateral-esquerdo Gilberto, que se destacaria com a camisa estrelada. Em campo ainda estavam dois jogadores que hoje se destacam como treinadores: Adílson Batista (treinador do América) era um promissor zagueiro no Cruzeiro, enquanto Zé Ricardo (agora à frente do Botafogo) entrou na segunda etapa no lugar de Djalminha.