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Ponto central de desavenças políticas no Atlético, as finanças da temporada 2019 voltaram a ser criticadas por especialistas. Em relatório divulgado nesta terça-feira, analistas do Itaú BBA afirmam que o clube alvinegro tem a maior dívida do futebol brasileiro, apontam “má gestão do presente” e classificam caso como “grave”.
Segundo o banco, a dívida total do Atlético passou de R$ 614 milhões em 2018 para R$ 746 milhões no ano seguinte, um aumento de R$ 132 milhões. O segundo colocado no “ranking” de maiores devedores é o Botafogo (R$ 708 milhões). Corinthians (R$ 652 milhões), Cruzeiro (R$ 631 milhões) e Vasco (R$ 567 milhões) fecham a lista dos cinco primeiros.
A reportagem entrou em contato com o presidente Sérgio Sette Câmara e a assessoria de comunicação do Atlético e aguarda retorno.
O estudo foi liderado pelo consultor de gestão e finanças do esporte Cesar Grafietti e contou com a colaboração do analista de crédito Pasquale Di Caterina. O Superesportes também publicou reportagens com avaliações específicas sobre América e Cruzeiro.
Na avaliação, os analistas pontuam que “nem todas as dívidas são ruins”. “Há aquelas que servem ao investimento em formação de patrimônio, ou as que financiam aquisições de atletas. O problema é quando a dívida serve a cobrir buracos eternos de má gestão ou tem perfil de vencimento que sufoca o fluxo de caixa do clube. Logo, boa dívida é aquele que tem propósito justo e prazo adequado”, frisam.
Porém, o estudo não exime o Atlético de culpa. Muito pelo contrário: para os analistas, o clube vive situação “grave” e demoraria mais de uma década para sanar as dívidas se hipoteticamente reverterem 20% das receitas para esta finalidade.
“Os casos realmente graves são os do Botafogo, Atlético, Vasco e Cruzeiro, que levariam mais de 11 anos para pagar suas dívidas caso utilizassem 20% das receitas para isso. Mas como o exercício não considera custos financeiros, isso significa que o prazo certamente seria pelo menos três ou quatro anos acima disso. A solução vem através de aporte de recursos, seja virando empresa, seja vendendo ativos (sedes sociais e atletas), controlando gastos e investimentos. Ou o processo levará a um estrangulamento em algum momento”, lê-se na análise.
‘Má gestão’
Os especialistas incluíram o Atlético como exemplo de “má gestão do presente”, ao lado de outros quatro clubes. “A força da gestão ocupa espaço de clubes que já não suportam o peso da dos erros do passado - como Vasco, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro – nem da má gestão do presente – casos de Corinthians, São Paulo, Internacional, Atlético, Santos – que a cada ano cavam um pouco mais a vala que se forma no círculo vicioso dos gastos excessivos, das dívidas que se acumulam e não são pagas. Dívidas que são efeito das más gestões e não causa delas”, pontuaram.
Na avaliação, o banco lista três fatores que “não funcionaram” em 2019 para o Atlético (custos cresceram acima das receitas; aumento das dívidas; investimentos acima das possibilidades) e um que “funcionou” (crescimento de receitas).
Bancos
Recorrer a empréstimos bancários está entre as alternativas encontradas pelo Atlético para tentar manter as contas em dia. A saída, porém, não é vista com bons olhos pelos analistas. “Entre os clubes que optaram por buscar ajuda em bancos estão muitos dos que tiveram péssimo desempenho econômico em 2019 (São Paulo, Atlético e Corinthians) ou possuem situação já bastante debilitada (Vasco e Santos)”, escreveram.
Futuro?
O banco também apontou uma possibilidade para o Atlético reduzir significativamente a dívida: vender os 49,9% a que tem direito do Diamond Mall, shopping center localizado no bairro de Lourdes, Centro-Sul de Belo Horizonte. No começo deste ano, a comercialização dos outros 50,1% por R$ 296,8 milhões com a empresa Multiplan foi oficializada. O clube receberá o valor em parcelas divididas em três anos e o aplicará na construção da Arena MRV.
“Se fizer a venda do restante do shopping pelo mesmo valor, poderia reduzir a dívida a níveis mais razoáveis, mas ainda altos (214% das receitas recorrentes se considerarmos a dívida total e 84% de considerarmos apenas as onerosas e operacionais)”, salientaram os especialistas.
A curto prazo, a análise aponta incertezas. “Uma grande incógnita o Atlético de 2020”, escreveram. “O ideal nesses casos é que o patrocinador entre, aporte recursos para garantir a operação do clube, organização corporativa e assim os impactos financeiros positivos chegam no médio/longo prazo. Há caminhos mais seguros para o futuro. O Atlético parece ter escolhido um cheio de riscos, guiando olhando o retrovisor”, concluíram.
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Segundo o banco, a dívida total do Atlético passou de R$ 614 milhões em 2018 para R$ 746 milhões no ano seguinte, um aumento de R$ 132 milhões. O segundo colocado no “ranking” de maiores devedores é o Botafogo (R$ 708 milhões). Corinthians (R$ 652 milhões), Cruzeiro (R$ 631 milhões) e Vasco (R$ 567 milhões) fecham a lista dos cinco primeiros.
A reportagem entrou em contato com o presidente Sérgio Sette Câmara e a assessoria de comunicação do Atlético e aguarda retorno.
O estudo foi liderado pelo consultor de gestão e finanças do esporte Cesar Grafietti e contou com a colaboração do analista de crédito Pasquale Di Caterina. O Superesportes também publicou reportagens com avaliações específicas sobre América e Cruzeiro.
Na avaliação, os analistas pontuam que “nem todas as dívidas são ruins”. “Há aquelas que servem ao investimento em formação de patrimônio, ou as que financiam aquisições de atletas. O problema é quando a dívida serve a cobrir buracos eternos de má gestão ou tem perfil de vencimento que sufoca o fluxo de caixa do clube. Logo, boa dívida é aquele que tem propósito justo e prazo adequado”, frisam.
Porém, o estudo não exime o Atlético de culpa. Muito pelo contrário: para os analistas, o clube vive situação “grave” e demoraria mais de uma década para sanar as dívidas se hipoteticamente reverterem 20% das receitas para esta finalidade.
“Os casos realmente graves são os do Botafogo, Atlético, Vasco e Cruzeiro, que levariam mais de 11 anos para pagar suas dívidas caso utilizassem 20% das receitas para isso. Mas como o exercício não considera custos financeiros, isso significa que o prazo certamente seria pelo menos três ou quatro anos acima disso. A solução vem através de aporte de recursos, seja virando empresa, seja vendendo ativos (sedes sociais e atletas), controlando gastos e investimentos. Ou o processo levará a um estrangulamento em algum momento”, lê-se na análise.
‘Má gestão’
Os especialistas incluíram o Atlético como exemplo de “má gestão do presente”, ao lado de outros quatro clubes. “A força da gestão ocupa espaço de clubes que já não suportam o peso da dos erros do passado - como Vasco, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro – nem da má gestão do presente – casos de Corinthians, São Paulo, Internacional, Atlético, Santos – que a cada ano cavam um pouco mais a vala que se forma no círculo vicioso dos gastos excessivos, das dívidas que se acumulam e não são pagas. Dívidas que são efeito das más gestões e não causa delas”, pontuaram.
Na avaliação, o banco lista três fatores que “não funcionaram” em 2019 para o Atlético (custos cresceram acima das receitas; aumento das dívidas; investimentos acima das possibilidades) e um que “funcionou” (crescimento de receitas).
Bancos
Recorrer a empréstimos bancários está entre as alternativas encontradas pelo Atlético para tentar manter as contas em dia. A saída, porém, não é vista com bons olhos pelos analistas. “Entre os clubes que optaram por buscar ajuda em bancos estão muitos dos que tiveram péssimo desempenho econômico em 2019 (São Paulo, Atlético e Corinthians) ou possuem situação já bastante debilitada (Vasco e Santos)”, escreveram.
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O banco também apontou uma possibilidade para o Atlético reduzir significativamente a dívida: vender os 49,9% a que tem direito do Diamond Mall, shopping center localizado no bairro de Lourdes, Centro-Sul de Belo Horizonte. No começo deste ano, a comercialização dos outros 50,1% por R$ 296,8 milhões com a empresa Multiplan foi oficializada. O clube receberá o valor em parcelas divididas em três anos e o aplicará na construção da Arena MRV.
“Se fizer a venda do restante do shopping pelo mesmo valor, poderia reduzir a dívida a níveis mais razoáveis, mas ainda altos (214% das receitas recorrentes se considerarmos a dívida total e 84% de considerarmos apenas as onerosas e operacionais)”, salientaram os especialistas.
A curto prazo, a análise aponta incertezas. “Uma grande incógnita o Atlético de 2020”, escreveram. “O ideal nesses casos é que o patrocinador entre, aporte recursos para garantir a operação do clube, organização corporativa e assim os impactos financeiros positivos chegam no médio/longo prazo. Há caminhos mais seguros para o futuro. O Atlético parece ter escolhido um cheio de riscos, guiando olhando o retrovisor”, concluíram.