Ataque mais positivo da competição, Galo está a um gol da marca de 2012


Numa temporada em que sofreu com a saída de jogadores importantes, o setor ofensivo do Atlético consegue manter números expressivos no Campeonato Brasileiro. Com o melhor ataque da competição, com 33 gols em 18 jogos, o time alvinegro pode superar seu recorde em um turno da competição se balançar pelo menos duas vezes as redes contra o Botafogo, domingo, às 16h, no Engenhão, pela 19ª rodada. O duelo encerra a primeira parte do torneio por pontos corridos.

Desde 2006, quando a competição passou a ser disputada por 20 clubes, a temporada em que o Galo teve melhor performance ofensiva até a transição para o returno foi em 2012 (34 gols, com média de 1,78 por partida), no ano em que foi vice-campeão, superado pelo Fluminense. A equipe ficou também em segundo lugar em 2015 (perdeu para o Corinthians), marcando 33 vezes (1,73 de média) na parte inicial da disputa. Mas esses números ainda estão muito aquém ao do melhor ataque na história de um turno com 20 equipes, o do arquirrival, Cruzeiro, que balançou as redes 42 vezes (média de 2,21 por compromisso) na campanha do título de 2014.

Ainda que existam críticas da torcida com relação à quantidade de chances desperdiçadas, o técnico Thiago Larghi crê que o desempenho ofensivo alvinegro vai melhorar com ajustes feitos no meio-campo e no ataque. Nos últimos jogos, o treinador usou oito jogadores na linha criativa da equipe – foram escalados Galdezani, Elias (considera esses volantes como peças de armação), Chará, Terans, Tomás Andrade, Nathan, Luan e Cazares.

O comandante elogiou a postura ofensiva do Galo depois da vitória sobre o Santos por 3 a 1, no Horto, mas sabe é preciso mais comprometimento e capricho dos jogadores, além de consistência defensiva: “A fluidez do jogo é só com tempo de trabalho. Um time precisa de padrão para defender e atacar. Necessitamos de mais entrosamento, repetir o time. Não é porque vencemos que o discurso será diferente. Precisamos de entrosamento e de um padrão de jogo para defender e atacar melhor”. A observação faz sentido, se levado em conta que a equipe tem a terceira defesa mais vazada do Nacional (26 gols, como o Vasco, superada apenas por Sport, com 27, e Vitória, 36).

Neste ano, a equipe perdeu o atacante Róger Guedes, então artilheiro do Brasileiro (com nove gols), para o futebol chinês. Antes, o venezuelano Otero, uma das principais armas em bolas paradas, deixou o clube e foi defender o Al-Wheda, dos Emirados Árabes. Por isso, o desafio de Larghi tem sido minimizar as perdas e encaixar os atletas contratados durante a Copa do Mundo, casos de Chará, Terans e Nathan. O único que conseguiu marcar gols até agora foi o atleta colombiano, na derrota para o Palmeiras por 3 a 2, em São Paulo.

NA HISTÓRIA
Com os dois gols diante do Santos, o atacante Ricardo Oliveira disparou na artilharia da equipe em 2018, agora com 18 – foram nove na competição nacional. Ele ultrapassou Fred e se tornou o jogador de Série A com mais gols na carreira, chegando a 367.

O camisa 9 entende que o momento é de a equipe aproveitar o embalo para tentar engrenar de vez: “É supernatural a cobrança do torcedor. Temos o melhor o ataque do Campeonato Brasileiro. Sabemos que nós, jogadores, estávamos em falta com o torcedor. Temos a autocrítica de que não vínhamos fazendo um bom pós-Copa. Mas esperamos que essa vitória contra o Santos seja um divisor de águas para voltar a crescer na competição”.