SÉRIE B

O Cruzeiro arrancou empate por 1 a 1 com o Vasco, neste domingo, pela 25ª rodada da Série B. Um fato inusitado influenciou no resultado do jogo em São Januário, no Rio de Janeiro: Daniel Amorim marcou o segundo gol do time da casa, aos 47 minutos da etapa final, e comemorou bastante com os companheiros. Só que a arbitragem atestou um toque de mão de Gabriel Pec, responsável pela assistência. Na sequência, aos 49, a Raposa conseguiu um escanteio do lado direito. Rafael Sobis cruzou em direção à grande área, e Ramon bateu de primeira para o fundo da rede. No primeiro tempo, Nenê abriu o placar para o cruz-maltino, aos 44.

A jogada confundiu até mesmo a transmissão da TV Globo, conduzida dentro do estúdio pelo narrador Luis Roberto e os comentaristas Roger Flores e Paulo Nunes. Quando o Cruzeiro fez o gol com Ramon, os analistas não entenderam tamanha comemoração no banco celeste. Até que o repórter Raphael De Angeli alertou para a irregularidade do tento de Daniel Amorim e que o confronto havia terminado empatado por 1 a 1, em vez de vitória vascaína por 2 a 1. Coube a Luís Roberto pedir desculpas aos telespectadores cruzeirenses enquanto a emissora exibia o replay da infração cometida por Gabriel Pec.

O ponto somado fora de casa fez o Cruzeiro chegar a 31 em 25 rodadas na Série B - 10 a menos que o 4º colocado CRB (41), que terá pela frente o Brasil de Pelotas, às 19h de terça-feira, no estádio Bento Freitas, no Rio Grande do Sul. O próximo compromisso da Raposa é contra o CSA, às 16h de domingo (26), no Independência, pela 26ª rodada. O técnico Vanderlei Luxemburgo estará de volta ao comando após cumprir suspensão e definirá os substitutos de Eduardo Brock e Marcelo Moreno, advertidos com o terceiro cartão amarelo.

 

O Cruzeiro surpreendeu ao divulgar a escalação para enfrentar o Vasco. Rômulo foi deslocado para a lateral direita, enquanto Marco Antônio e Giovanni entraram no meio-campo. No ataque, Thiago ficou encarregado de ser o ponta-esquerda. Saíram Raúl Cáceres, Claudinho e Dudu. Sem o técnico Vanderlei Luxemburgo e o auxiliar Maurício Copertino, suspensos, a equipe contou com as orientações de Juliano Belletti.


Assim que a bola rolou, o Vasco dominou as ações e jogou “à la Fernando Diniz”: 65% de posse de bola na etapa inicial e muitas trocas de passes. O volante Andrey e o armador Nenê esbanjaram categoria e ditaram o ritmo da equipe cruz-maltina. No ataque, Morato se movimentou na ponta direita e deu bastante trabalho ao lateral-esquerdo Matheus Pereira e ao zagueiro Eduardo Brock.

A postura acuada do Cruzeiro fez com que Rômulo, Ramon, Brock e Matheus Pereira trabalhassem bastante nas rebatidas por baixo ou de cabeça. Só que nem sempre eles conseguiram levar a melhor que os atacantes vascaínos. Assim, brilhou a estrela de Fábio, que fez duas excelentes defesas em conclusões de Morato: uma de cabeça, aos 21 minutos, e outra de pé esquerdo, aos 30.

Em meio às dificuldades de avançar com a bola, o Cruzeiro conseguiu um ataque perigoso aos 34 minutos. Improvisado como volante, Marco Antônio descolou lindo lançamento nas costas de Leandro Castán, e Thiago conduziu a bola livre de marcação até a grande área. O chute rasteiro tirou tinta da trave direita de Vanderlei.


Quando começava a equilibrar as ações, a Raposa perdeu Wellington Nem por lesão, aos 42 minutos. Em meio à demora celeste em decidir quem entraria no time, o Vasco se aproveitou por ter um atleta a mais de linha e se mandou ao ataque.

Aos 44, Morato se livrou de Matheus Pereira e Eduardo Brock e rolou para a pequena área. Cano chegou batendo firme, a bola explodiu na trave, e Nenê balançou a rede no rebote: 1 a 0. Foi o 45º gol do veterano de 40 anos em 134 partidas pelo clube.

No intervalo, Belletti abriu mão do esquema com dois centroavantes no Cruzeiro. O escolhido para sair foi Marcelo Moreno, advertido com o terceiro cartão amarelo que o deixará fora do duelo contra o CSA. Aos poucos, o time melhorou a postura em relação ao primeiro tempo, especialmente nos avanços pelas pontas.

Aos 15 minutos, o VAR revisou um lance em que Marquinhos Gabriel segurou Adriano em escanteio de Giovanni. O árbitro André Luiz de Freitas Castro foi orientado a não marcar pênalti. Para Sandro Meira Ricci, comentarista da TV Globo, a infração deveria ter sido assinalada.

Aos 18, Eduardo Brock experimentou do meio da rua em cobrança de falta e obrigou Vanderlei a espalmar. Aos 21, a bola cruzada por Rômulo tinha Dudu como alvo na segunda trave, porém Léo Matos, na pequena área, cortou à linha de fundo.

O bom momento do Cruzeiro na partida se deu pela imposição física, uma vez que Fernando Diniz demorou a renovar o gás no Vasco com substituições. Mesmo assim, o cruz-maltino esteve perto do segundo gol, aos 30 minutos, quando Nenê levantou a bola, Castan cabeceou no centro da meta, e Fábio espalmou para escanteio.

Aos 47 minutos, o Vasco encaixou um contragolpe que terminou com a finalização de Daniel Amorim para o fundo da rede. Em meio à comemoração, a arbitragem anulou o lance. O Cruzeiro então partiu para o ataque e conseguiu um escanteio. Na cobrança de Rafael Sobis, Felipe Augusto desviou de cabeça, Ramon surgiu no meio da defesa vascaína e empatou aos 49 minutos:

1 a 1.

VASCO 1X1 CRUZEIRO

VASCO
Vanderlei; Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castan e Riquelme; Andrey, Marquinhos Gabriel e Nenê (Bruno Gomes, aos 36 do 2T); Morato (Gabriel Pec, aos 33 do 2T), Léo Jabá e Germán Cano
Técnico: Fernando Diniz

CRUZEIRO
Fábio; Rômulo, Ramon, Eduardo Brock e Matheus Pereira (Dudu, aos 16 do 2T); Adriano, Marco Antônio (Flávio, aos 16 do 2T), Giovanni (Rafael Sobis, aos 24 do 2T) e Wellington Nem (Felipe Augusto, aos 46 do 1T); Thiago e Marcelo Moreno (Claudinho, no intervalo)
Técnico: Juliano Belletti

Gols: Nenê, aos 44 do 1T (Vasco); Ramon, aos 49 do 2T (Cruzeiro)

Cartões amarelos: Andrey, aos 18, Germán Cano, aos 32 do 2T (Vasco); Marcelo Moreno, aos 35 do 1T; Eduardo Brock, aos 13 do 2T (Cruzeiro)

Motivo: 25ª rodada da Série B

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro

Data: domingo, 19 de setembro de 2021

Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)

Assistentes: Hugo Sávio Xavier Corrêa (GO) e Paulo César Ferreira de Almeida (GO)

VAR: Rodolpho Toski Marques (PR)