No retorno do futebol mineiro depois de mais de quatro meses de paralisação por causa da pandemia de COVID-19, o clássico entre América e Atlético, neste domingo, às 16h, no Independência, pela 10ª rodada do Estadual, colocará frente a frente dois estilos de gestão de futebol em disputa direta pela liderança do torneio. 


No América, a diretoria tenta dar sequência ao trabalho do ano passado, que por pouco não resultou no acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. A base do grupo foi mantida. Uma das poucas baixas que causou temor na torcida foi a saída do técnico Felipe Conceição, que assumiu o Red Bull. Apesar disso, Lisca chegou e deu sequência ao bom trabalho. Durante o período de suspensão, o Coelho contratou apenas o zagueiro Anderson, ex-Bahia. O meia Guilherme Borges, de 20 anos, foi o único a sair –acertou rescisão amigável após retornar de empréstimo do Villa Nova.


O Atlético é a antítese do rival. Passou por uma reformulação intensa desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli, em 1º de março. Uma das exigências do argentino foi a garantia de reforços. E o alvinegro não economizou: investiu R$ 85 milhões apenas no período sem jogos. Desde o início da temporada, já foram gastos R$ 130 milhões – parte desse valor emprestado pelo empresário Rubens Menin.


Nas últimas semanas, chegaram à Cidade do Galo seis jogadores: os zagueiros Júnior Alonso e Bueno; os volantes Leo Sena e Alan Franco; e os atacantes Keno e Marrony. Por outro lado, cinco atletas deixaram o clube: os atacantes Edinho (Daejeon Hana Citizen, da Coreia do Sul), Di Santo (San Lorenzo, da Argentina) e Clayton (sem clube), além dos laterais Patric (Sport) e Hulk (Porto). Quatro seguem fora dos planos: os volantes Zé Welison e Ramón Martínez, o lateral Lucas Hernández e o atacante Ricardo Oliveira.


Ponta


O clássico vale a primeira colocação do Mineiro. Se vencer, o América continua absoluto – tem 21 pontos (seis vitórias e três empates). O Atlético está em terceiro, com 18 (cinco vitórias, três empates e uma derrota). Em caso de triunfo, o Galo pode assumir a ponta se o Tombense, vice-líder (20) tropeçar contra o Coimbra.


Jorge Sampaoli ainda não poderá contar com o atacante Keno, que não foi inscrito no BID, da CBF. Além disso, estão no departamento médico o zagueiro Gabriel, (lesão no púbis), o volante Gustavo Blanco (ruptura no tendão do músculo reto femoral do quadril) e o atacante Diego Tardelli (fez cirurgia para corrigir ruptura ligamentar e lesão da cartilagem no tornozelo direito). Suspenso, o lateral-esquerdo Arana também está fora.


Por sua vez, o técnico Lisca terá quase todo elenco à disposição. O atacante, Sabino, de 21 anos, cumpre suspensão. O treinador avaliou o duelo como um jogo de xadrez: “Vai ser um grande jogo, vai dar para as duas comissões trabalharem bastante na parte estratégica e na parte técnica. É um jogo de xadrez”.


Os times se enfrentaram recentemente: em 15 de julho, o Atlético venceu o América em jogo-treino na Cidade do Galo por 3 a 2. “Era uma partida totalmente atípica, quatro tempos de 30 minutos, que serviu muito para as nossas observações. Mas, infelizmente, não vou poder falar muito, porque a gente está trabalhando muito depois desse jogo, em cima de detalhes, pontos positivos, negativos. Seria dar arma para o adversário”, explicou Lisca


O atacante Marrony, do Galo, brilhou no jogo-treino, ao marcar dois gols. Ele entende que o clássico é o momento de dar uma resposta ao torcedor e mostrar o trabalho que tem sido feito sob o comando de Sampaoli. "A gente está se adaptando ao máximo ao estilo de jogo do Sampaoli. E domingo a gente tem um jogo que pode provar para o torcedor, para o Sampaoli e para nós mesmos que a gente está bem tática e fisicamente. Dar uma resposta para todos nós", afirmou.

AMÉRICA X ATLÉTICO


Motivo: 10ª rodada do Campeonato Mineiro
Data: 26 de julho de 2020
Horário: 16h
Estádio: Independência, em Belo Horizonte


América
Airton; Leandro Silva, Eduardo Bauermann, Lucas Kal e Sávio; Zé Ricardo, Juninho e Alê; Felipe Augusto, Rodolfo e Ademir
Técnico: Lisca


Atlético
Rafael; Guga, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Allan, Nathan e Hyoran; Savarino, Marquinhos e Marrony
Técnico: Jorge Sampaoli


Árbitro: Ronei Cândido Alves
Assistentes: Marcus Gomes e Felipe Costa