O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu nesta quinta-feira (12) reduzir as punições a dirigentes do América envolvidos nos incidentes acontecidos na partida entre o Coelho e o Avaí, válida pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. A decisão foi proferida após o clube apresentar recurso para as sentenças direcionadas ao presidente do América, Alencar da Silveira Júnior, e ao membro da SAF americana, Euler Araújo.

Alencar foi punido inicialmente com 30 dias de suspensão e multa de R$ 10 mil. O STJD reduziu as duas punições pela metade. Já Euler, antes suspenso pelo mesmo período, teve a pena reduzida para 15 dias fora das partidas do Coelho. A multa aplicada a ele, de R$ 5 mil, foi mantida.

Araújo e Alencar foram julgados com base no artigo 243-F, que remete ao ato de proferir ofensas a alguém em sua honra. A punição em multa poderia variar de R$ 100 a R$ 100 mil. Já a  suspensão poderia ser de quinze a noventa dias, por se tratarem de dirigentes.

O STJD já havia determinado punições a outros integrantes do América. O meio-campista Moisés, envolvido em um dos lances que desencadearam a confusão, e o presidente da SAF América, Marcus Salum, receberam apenas uma advertência. Já o superintendente do Coelho, Dower Araújo, foi absolvido.

A confusão 
Os incidentes acontecidos na partida foram desencadeados por um lance aos 43 minutos do primeiro tempo, quando Moisés cometeu uma falta no meio-campista João Paulo, do Avaí. O árbitro do jogo, Bruno Mota Correia, deu cartão amarelo a Moisés. O Profeta reagiu com aplausos, entendidos pelo árbitro como um gesto de ironia. Por isso, Bruno expulsou o meia do América ao mostrar para ele o segundo cartão amarelo.

A punição do cartão vermelho a Moisés foi o lance mais reclamado por parte dos jogadores do América durante a partida, mas não foi o único. Na ocasião, mais quatro atletas americanos foram punidos com cartão amarelo.

Finalizada a partida, marcada pela tensão envolvendo as decisões da arbitragem, Bruno Mota Correia e os demais árbitros do jogo se dirigiram ao vestiário reservado a eles, acompanhados de policiais militares.

Assim que a equipe do apito cruzou os portões que separam o campo da estrutura que abriga os vestiários, Euler Araújo, integrante do Conselho de Administração do América, e Marcus Salum, presidente da SAF do clube, foram ao encontro de Bruno e protestaram contra a arbitragem. O árbitro não relatou na súmula os xingamentos disparados nesse momento.

Quando estava prestes a acessar o vestiário reservado a ela, a equipe de arbitragem teve de ser protegida com mais intensidade por policiais militares. Isso porque o presidente do América, Alencar da Silveira Júnior, bastante exaltado, junto de outras pessoas uniformizadas com camisa do clube, tentou se aproximar do árbitro.

Na súmula, Bruno Mota Correia relatou: “Após o encerramento da partida, enquanto a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, o presidente do América, o senhor Alencar da Silveira Júnior, veio em nossa direção protestando com gestos e proferindo as seguintes palavras: ‘você é fraco, ladrão e tem que apitar essa p*** direito’, o mesmo teve que ser contido pelos policiais”.